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[obm-l] 1/2 off: Cientistas alemães dizem ter demonstrado pela primeira vez que o cérebro humano continua analisando os problemas do dia anterior, mesmo durante o sono.



Cientistas alemães dizem ter demonstrado pela primeira vez que o cérebro 
humano continua analisando os problemas do dia anterior, mesmo durante o 
sono. Além disso, segundo eles, as soluções para estas questões surgem 
mais facilmente após oito horas de descanso.

O estudo, que será publicado na edição desta quinta-feira (22) da 
revista "Nature", é considerado a primeira prova científica de que a 
criatividade e a solução de problemas parecem estar diretamente 
relacionadas a um sono adequado.

Outros cientistas, que não contribuíram para este trabalho, consideram 
que ele constitui um valioso aviso aos trabalhadores e estudantes que 
trabalham em excesso. Para eles, é um alerta de que o sono é muitas 
vezes o melhor medicamento.

Estudos anteriores já tinham apontado que a falta de sono contribui para 
o aumento dos acidentes, faz mal à saúde e baixa o rendimento das pessoas.

A novidade do estudo alemão é que o sono pode ajudar a converter um 
problema de ontem numa solução de hoje.

"Um estudo por si só nunca resolve um assunto de uma vez por todas, mas 
eu diria que este representa um avanço significativo neste campo", diz 
Carl E. Hunt, diretor do Centro Nacional de Investigação sobre Desordens 
do Sono nos Institutos Nacionais da Saúde. "Vai ter resultados 
potencialmente importantes no desempenho escolar das crianças e no 
profissional dos adultos", acrescentou.

Voluntários

Usando um grupo de voluntários que aceitaram submeter-se a um teste de 
matemática, cientistas da Universidade de Luebeck, na Alemanha, 
constataram que os que tinham dormido oito horas tinham três vezes mais 
probabilidades de resolver o teste do que os que não tinham dormido antes.

O estudo envolveu 106 pessoas divididas em cinco grupos, separados com 
igual número de homens e mulheres com idades entre os 18 e os 32.

Um grupo dormiu, outro ficou acordado toda a noite e o terceiro ficou 
acordado durante o dia por períodos de oito horas antes de responder ao 
teste.

Os dois grupos restantes foram usados em outra experiência.

Jan Born, responsável pelo estudo, disse que os resultados obtidos 
apoiam estudos bioquímicos do cérebro, segundo os quais as memórias são 
reestruturadas antes de ser armazenadas, e a criatividade também parece 
sair reforçada neste processo.

Porém, ainda é pouco claro o processo exato do cérebro para apurar estas 
capacidades, segundo Born.

Sabe-se que as alterações ligadas à criatividade e à solução de 
problemas ocorrem durante a "onda lenta", ou sono profundo, que acontece 
normalmente durante as primeiras quatro horas do ciclo do sono.

Os resultados também explicam os problemas de memória associados ao 
envelhecimento, já que as pessoas mais idosas costumam ter problemas em 
dormir o suficiente, e sobretudo em conseguir o tipo de sono profundo 
necessário ao processamento das memórias, disse Born.

"Mesmo diminuições graduais do tempo total de sono de onda lenta e sono 
profundo estão relacionadas com uma espécie de diminuição da função da 
memória, e por sua vez com uma diminuição da capacidade de reconhecer 
estruturas escondidas ou ter consciência dessas coisas", acrescentou.
-- 
Niski - http://www.linux.ime.usp.br/~niski

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Joseph Louis LaGrange

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