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Sobre o Cálculo no Ensino Médio



Sobre o ensino de Cálculo no Ensino Médio, vejam o artigo que o Prof. André 
Toom, da UFPe, escreveu na revista Matemática Universitária, de junho de 
2001, e que está sendo distribuída agora. Em tempo, o Prof. André Toom (que 
eu não conheço) é um Matemático russo, com experiência em ensino na Rússia, 
Estados Unidos  e Brasil. Vale a pena conferir.

Benedito Freire


At 07:36 28/10/2001 -0200, you wrote:
>On Sun, Oct 28, 2001 at 01:23:06AM +0000, Rogerio Fajardo wrote:
> > Concordo plenamente. Mas por que tiraram limites, derivada e integral ao
> > invés de determinantes, nos vestibulares? Por que não pedem coisas mais
> > "aplicáveis" ? A idéia de basear o ensino médio baseado no vestibular 
> não é
> > absurda, dado que espera-se que o vestibular cobre do aluno aquilo que é
> > esperado que ele tenha aprendido no ensino médio. Se quisermos mudar o
> > conteúdo do ensino médio, devemos mudar o vestibular.
> > A proposta de colocar rudimentos de cálculo diferencial e integral no
> > vestibular, em lugar de determinantes, continua à tona. Só que não sei 
> como
> > os alunos propensos a cursos de humanas e biológicas, e não de exatas, 
> iria
> > receber isso.
> >
> > E estatística? Taí, uma coisa de matemática que é útil, aplicável e todos
> > precisam saber, mesmo quem estuda humanas. Podia ser ensinado no ensino
> > médio.
> >
> > Peço desculpas ao prof. Nicolau por ter interpretado mal o que ele disse.
> > Descrevi uma opinião minha interpretando, erroneamente, como sendo, 
> também,
> > dele.
>
>Ok, este tipo de mal entendido é normal, mas não podia deixar de chamar
>a atenção para que meu e-mail não fosse mal interpretado por outros.
>Gostaria de aproveitar para fazer mais alguns comentários:
>
>A não inclusão de cálculo no ensino médio é a tendência mundial,
>tanto é assim que na IMO não se usa cálculo. Acho que não tem nada a ver
>com o vestibular. O fato de cálculo não cair no vestibular e o fato
>de cálculo não ser ensinado na escola vêm ambos de uma mesma decisão
>de considerar o assunto cálculo como mais adequado para a faculdade.
>Não tenho nenhuma opinião forte quanto a ensinar ou não cálculo no ensino
>médio e acho que a má qualidade no ensino de matemática não tem nada
>a ver com esta questão.
>
>Quando falei de aplicações no meu e-mail usava a palavra no sentido amplo.
>Assim, se na escola ensinássemos como usar determinantes para atacar
>problemas de contagem em análise combinatória (coisa que eu faço na minha
>pesquisa) isto para mim seria uma aplicação (a outro ramo de matemática pura).
>Este não é o significado usual da expressão "matemática aplicada" mas acho
>que no contexto do meu e-mail minha verdadeira intenção transparece.
>
>Eu não sou contra a matemática pura; nem poderia ser, sendo eu próprio
>um matemático puro. Acho muito equivocada a idéia de que a matemática *só*
>se justifica pelas suas aplicações práticas. O que eu sou contra é o ensino
>de umas definições soltas (produto de matrizes, determinantes) sem relacionar
>o assunto com mais nada que o aluno conheça, sem que estas definições ajudem
>a resolver problemas em outras áreas da matemática (o que *poderia* ser feito
>em princípio já que a álgebra linear de fato tem muitíssimas aplicações
>tanto a outras áreas de matemática pura quanto a outras ciências; poderia
>ser feito mas não é).
>
>Finalmente, eu sou a favor do ensino de probabilidade no ensino médio
>ou antes mas não tenho nenhum entusiasmo com a idéia de ensinar estatística.
>
>[]s, N.