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[obm-l] Convergencia de sequencia de polinomios
Oi
Marcelo
Acho que a ideia
basica esta correta. O meu raciocinio tambem foi nessa linha. Vou dar minha
ideia, voce analisa.
|Inicialmente, vamos
provar o seguinte Lema: Para cada i =0,1,2...m, seja c_i_n a sequencia
formada pelos coeficientes de grau i dos P_n. Se cada uma desta sequencias
convergir para algum complexo c_i, entao P_n converge em C para o
polinomio P(z) = c_0 + c_1 z ....c_m z^m.
Isto eh facil de
ver. Basta observar que, para z fizo, P_n(z) eh uma combinacao linear das
sequencias c_i_n, i =0,1,...m, na qual os coeficientes da combinacoes sao
as potencias de z, z^0, z^1....z^m. Como
cada sequencia c_i_n converge para c_i, eh imediato que
P_n(z) converge para c_0 + c_1 z ....c_m z^m = P(z). E como isto vale para cada
complexo z, fica demonstrado que P_n --> P em todo o C.
Vamos agora
demonstrar que, se P_n convergir no conjunto {z_0, z1, ...z_m}, entao as
condicoes do lema sao satisfeitas. Ai entra um raciocinio muito semelhante ao
seu. Conforme sabemos da Algebra Linear aplicada a polinomios, dados m+1
complexos distintos 2 a 2, z_0....z_m, e m+1 complexos quaisquer,
y_0...y_m, existe um, e somente um, polinomio de grau <= m que passa
pelos pontos (z_0, y_0), ...(z_m, y_m). Os coeficientes deste polinomio sao
dados pela chamada Formula da Interpolacao de Lagrange, atraves de uma
transformacao linear do vetor coluna [y_0....y_m]. Assim, sendo c o vetor coluna
com os coeficientes, temos que existe uma matriz A, cujos termos dependem
apenas de z_0...z_m, que eh a matriz nao singular de Vandermont, tal que c = A
y
Cada um dos
polinomios P_n passa pelos pontos (z_0, P_n(z_0))....(z_m, P_n(z_m)), de modo
que, sendo c_n o vetor coluna dos coeficientes de P_n e y_n =
[P_n(z_0)),......P_n(z_m))], temos que c_n = A y_n Logo, cada c_n eh
a transformacao linear do vetor coluna y_n definida pela matriz
A, que eh constante, independe de n. Como, por hipotese, P_n converge em {z_0,
z1, ...z_m}, cada uma das sequencias P_n(z_i), i=0,1,...m, converge para
algum complexo y_i, ou seja, y_n --> [y_0,...y_m]. Assim, lim c_n
= lim A y_n = Ay, o que nos informa que as sequencias c_i_n,
formadas pelos coeficientes de mesmo grau de P_n, convergem em C para cada
um dos termos do vetor Ay. Pelo lema anterior, concluimos que P_n
converge entao em todo o C para um polinomio P cujos coeficientes sao os limites
das c_i_n.
Observe que a
hipotese de que a sequencia dos graus dos polinomios foi usada na Formula de
Lagrange. Isto eh de fato fundamental, pois em isso o lema nao vale. Em vez
de os limites definirem um polinomio, definem entao uma serie de potencias e
tudo fica muito mais complicado.
Suponhamos agora que
P_n convirja em C e seja S um subconjunto limitado de C. Pela conclusao
anterior, P = lim P_n eh um polinomio de grau <= m, logo uma
funcao continua em C. Pelo que vimos, as sequencias c_i_n dos coeficientes de mesmo
grau dos P_n convergem em C para os complexos c_i que definem P. Como o numero
destes coeficientes eh finito, para todo eps >0 podemos achar um k tal
que n >= k => |c_i_n - c_i| < eps para cada i=0,1,...m.
Assim, para todo z de S temos, para n >= k, que
|P_n(z) - P(z)| =
|(c_0_n - c_0) .......(c_m_n - c_m)z^m| <= |(c_0_n - c_0| ....+
| c_m_n - c_m| |z^m| <= eps (|1| + |z|....+|z^m|) = eps
f(z)(1)
, sendo f a funcao
de C em R+ dada por f(z) = |1| + |z|....+|z|^m, a qual eh uma
funcao continua. Sendo S' o fecho de S, temos pelo teorema de Heine Borel
que S' eh compacto, de modo que f apresenta um maximo M em S'.
Temos tambem, pela continuidade da funcao f, que M eh o supremo de
f em S, de modo que 0 < = f(z) <= M para todo z de S .
Combinando-se com (1), temos entao, para n >=k,
que
|P_n(z) - P(z)| <= M eps,
para todo z de S. Como M independe de eps e de n, concluimos que a
convergencia de P_n para P eh uniforme. Poderiamos ter partido de eps/M
para chegarmos no final em eps,
Artur
[Artur
Costa Steiner]