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Re: [obm-l] Paradoxo do teste surpresa



On Wed, Jan 31, 2007 at 12:15:15PM -0200, Ronaldo Alonso wrote:
> Nicolau escreveu:
> 
> Tendo dito isto, a minha resposta favorita é que não existe definicão
> >satisfatoria de surpresa. A tentativa usual de definicão é que
> >o teste é surpresa se os alunos não tiverem como deduzir que o teste
> >deveria ser naquele dia. Ora, a "deducão" do aluno depende centralmente
> >do conceito de surpresa. Assim precisamos definir surpresa para definir
> >o que é uma deducão válida envolvendo o conceito de surpresa mas
> >precisamos da definicão de deducão válida para definir surpresa.
> >Há uma circularidade, e o paradoxo é a demonstracão de que a 
> >circularidade
> >não pode ser vencida dando alguma outra definicão equivalente ou sequer
> >parecida.
> 
> 
>   E se, digamos, você diz define surpresa com algo que não seja dedução
> válida ou envolva
> outro conceito como por exemplo, o de sorteio.  Você sorteia um dentre os
> seis dias da
> semana e sabe que lá vai aplicar a prova. O aluno certamente não sabe 
> desta
> forma qual
> dia foi sorteado (somente o professor sabe) e como o aluno não "lê a mente
> do professor"
> ele não pode dizer que sabia quando a prova seria aplicada, certo?

A pergunta é se o professor pode incluir, digamos, a 5a feira como uma
possibilidade no sorteio sem violar o que ele falou. Sorteio ou não,
os alunos não precisam ler a mente de ninguém, exceto talvez a própria
memória e a própria capacidade de raciocinar, para saber que o teste 
deve necessariamente cair na 5a ou na 6a. Se o teste cair na 6a,
o teste não é surpresa (ou é?) logo se o que o professor disse é verdade
o teste deve ser na 5a... mas se os alunos sabem disso, o teste ainda
é surpresa?

> Nicolau escreveu:
> 
> 
> >Aqui, novamente, acho que o ponto fraco é que nunca foi explicado direito
> >o que é uma "descricão". E a descricão que queremos dar para N depende
> >da definicão do que seja uma descricão. Novamente temos uma 
> >circularidade.
> 
>  E se você definir descrição como uma frase sintaticamente correta que
> torne o número único dentro de um contexto aritmético?  A semântica da 
> frase
> 
> está implicita na definição de descrição, porque ela define o número 
> como
> único.
> Neste caso não há circularidade, há?  Se houver, onde ela pode estar?

Você não vai conseguir definir "sintaticamente correta" com muita facilidade.
Especialmente se você aceitar o uso de uma linguagem como português
(ou inglês, chinês, esperanto, ou qualquer outra lingua "comum",
em oposicão a frases escritas em lógica de primeira ordem).
E mais especialmente ainda se você aceitar que no meio da descricão
apareca implicita ou explicitamente o conceito de descricão.

[]s, N.



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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
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