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Re: [obm-l] para os olimpicos



From: "niski" <fabio@niski.com>
> Nicolau C. Saldanha wrote:
> > On Sun, Jun 22, 2003 at 02:10:51PM -0700, niski wrote:
> >
> >>Sempre tive curiosidade no processo do aprendizado de voces (super
> >>dotados). Agora por exemplo que estou aprendendo a resolver algumas
> >>integrais indefinidas meu professor falou para a sala que o melhor jeito
> >>de se aprender isto é resolvendo milhoes de exercicios. É claro, pq
> >>resolvendo milhoes de exercicios nos pegamos velocidade e na prova
> >>poderemos resolver em tempo as integrais que serão propostas como
> >>exercicios. Pergunto : Vocês quando aprenderam integrais e coisas assim,
> >>  simplesmente viram um exemplo ou outro e basta para gabaritar as
> >>provas da universidade ou como todos os outros mortais suaram a camisa
> >>praticando exercicios?
> >
> >
> > Eu não gosto muito da expressão "super dotados" como você provavelmente
> > está falando comigo (entre outros) a resposta é que quando eu estudei
> > cálculo achava este tipo de coisa uma chatice só. Eu gostava de análise,
> > de álgebra (como em teoria dos grupos), de problemas de olimpíada,
> > mas calcular integral... Depois de dar cálculo 1 um monte de vezes
> > começo a achar um pouco mais de graça no assunto.
> >
> > Acho que seu professor tem razão, faça muitos exercícios.
>
> Ok Nicolau se aquele termo de alguma forma o incomoda (eu apenas o
> utilizei pq ja o vi sendo usado por ai) vou parar de utilizar.
> De qualquer forma, voce ainda nao matou minha curiosidade :)
> Eu queria saber se de fato, voce (por exemplo) gastava horas e horas
> treinando integrais, visto que se vc é capaz de ganhar uma olimpiada
> (onde todos os problemas sao de alguma forma inovadores e voce tem que
> se virar na hora) certamente resolver integrais nunca antes vistas (no
> contexto de provas de calculo I) seria até um problema elementar quando
> comparado a resolver problemas olimpicos.

Oi Niski.

Esta questão que você propõe é boa para mim, pois me dá a oportunidade de
desabafar.

Eu não sou um superdotado, já fiz teste de QI e eles nunca deram muito acima
da média. Contudo, eu sempre tive um desempenho acima do normal, sempre me
saí bem e até melhor do que os outros, fazendo menos esforço. Atualmente, eu
faço faculdade de matemática. Eu adoro e vou bem em disciplinas que envolvem
demonstrações e um pouco de criatividade: como análise, topologia, álgebra.
Mas em disciplinas que envolvem aplicação de algorítmos, fórmulas e contas
eu tenho um desempenho abaixo do médio, pois não gosto das disciplinas e não
me dedico seriamente a elas. Tenho colegas que vão sempre super bem em
disciplinas com cálculo e algebra linear (aquelas onde só se pedem contas),
mas que mesmo que se esforcem muito não conseguem ir bem numa prova de
análise, o que para mim é mais fácil.

Acho que se eu me debruçasse nos algoritmos, os dominaria mais rapidamente
do que o aluno médio, pois eu tentaria compreender e lembrar do fundamento
do algoritmo e ficaria mais fácil do que o aluno médio - que só decora o
processo - para eu lembrar na hora da prova. Portanto a resposta é a
natural: para aquelas pessoas que se interessam pela matemática em si, mesmo
os algoritmos ficam mais fáceis de ser aprendidos.

Infelizmente essa regra ainda não gostou de mim, e continua resistindo ao
meu charme...

Abração!
Duda.

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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
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