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Fw: [obm-l] Besouro Cartesiano



Caro Dirichlet:
 
Qual o teorema de Kronecker a que você se refere?
 
 
A solução que eu tinha em mente usa apenas matemática elementar.
 
Inicialmente, é claro que, num dado quadrante, o caminho ótimo do besouro deve ser uma linha reta.
 
Suponhamos que o besouro passa pelo segundo quadrante, e que ele corta o eixo y em (0,a) e, em seguida, o eixo x em (-b,0) (a e b positivos).
 
Então, o seu trajeto pelo segundo quadrante é um segmento de reta que mede raiz(a^2 + b^2).
 
Como a sua velocidade no segundo quadrante é de 1 unidade / minuto, o tempo que ele gasta neste trajeto é de raiz(a^2+b^2)/1  = raiz(a^2 + b^2) minutos.
 
Comparemos agora este intervalo de tempo com o que ele gastaria se ao chegar em (0,a), o seu trajeto fosse (0,a) --> (0,0) --> (-b,0), movendo-se sempre ao longo dos eixos coordenados com velocidade de 2 unidades / minuto (estou supondo aqui que os eixos não pertencem ao segundo quadrante, mas para evitar polêmicas sobre qual a velocidade NOS eixos, você pode supor que ele se move a uma distância arbitrariamente pequena, mas positiva dos eixos, do lado oposto ao segundo quadrante - vai aparecer um epsilon nas desigualdades abaixo que pode ser feito tão pequeno quanto se deseje).
 
Neste segundo caso, o tempo gasto seria a/2 + b/2 = (a+b)/2 minutos.
 
No entanto, sabemos que se a ou b é positivo, então 2*a^2 + 2*b^2 + (a-b)^2 > 0, ou seja:
 
3*a^2 + 3*b^2 - 2*a*b > 0  ==>
 
4*a^2 + 4*b^2 > a^2 + b^2 + 2*a*b  ==>
 
a^2 + b^2 > ( a + b )^2 / 4  ==>
 
raiz(a^2 + b^2) > (a + b)/2  ==>
 
contradição, pois haviamos suposto que o trajeto de tempo mínimo passava pelo segundo quadrante  ==>
 
o trajeto de tempo mínimo passa pela origem.
 
Um outro problema interessante (mas não muito difícil) é determinar a maior velocidade que ele pode ter no segundo quadrante de modo a permitir que o trajeto de tempo mínimo ainda passe pela origem. Qual a interpretação física disso?
 
Um abraço,
Claudio.