Next: Apêndice A: A Linguagem
Up: Grupos Quânticos
Previous: A Álgebra Envolvente
Nesta seção
,
de modo que
1/(q-q-1) está bem definido. Isto será
aproveitado na definição
Estes elementos aparecem substituindo inteiros
em fórmulas nos módulos de
.
Os ``fatoriais'' e ``coeficientes
binomiais'' que surgem são
definidos por
Valem
Se q não for raiz da unidade então
.
O objetivo agora é quantizar o que foi feito
em 1. de I.5 para representações
de sl2. Os módulos simples de dimensão finita
de
são também ``módulos
de peso máximo'', mas agora os vetores
de peso máximo são autovetores de K.
Especificamente, se V for um módulo
sobre
então se
é chamado de peso, e para
um peso o autoespaço de K associado
a
é denotado .
Valem
Se
for tal que
Ev=0 então v é dito vetor de
peso máximo. Um módulo de peso
máximo é um módulo gerado por um
vetor de peso máximo.
Sob a hipótese
todo módulo de
dimensão finita tem um vetor de peso máximo.
A demosntração segue os passos da apresentada
para o caso clássico.
Valem as seguintes relações análogas
às clássicas encontradas em 1.
de (I.4), para um vetor de peso máximo V
de peso :
e
Assim,
é uma sequência
de autovetores de K com autovalores distintos
e, novamente, deve existir um maior inteiro i
para o qual
não seja nulo.
De fato,
pelas relações acima
e logo
.
Como no caso clássico
segue que se o módulo for simples então é
módulo de peso máximo de dimensão i+1, e
estes módulos são denotados por
,
onde o sinal é dado por
.
Também
é base de
,
e a ação de K
é diagonal com i+1 autovalores distintos
(com sinais combinando: ou todos +
ou todos -). Quaisquer dois vetores de peso
máximo diferem por uma constante multiplicativa.
Finalmente, qualquer módulo simples de
dimensão finita sobre
é um módulo de peso máximo, e dois
destes não são isomorfos. Assim, para cada
dimensão i existem exatamente dois
módulos simples sobre
não isomorfos V+,i-1 e V-,i-1.
Para um escalar
qualquer (não
da forma
), as seguintes
relações impostas sobre o espaço
vetorial
de dimensão infinita
com base enumerável
e
Fvj-1=[i]qvj
dotam
da estrutura de um módulo
sobre
,
onde v0 é vetor
de peso máximo. Estes módulos são ditos
módulos de Verma e são universais
no sentido de que todo módulo de peso
màximo V sobre
com peso máximo
é quociente
de
.
O comutador de K em
,
denotado por
é o conjunto de elementos de
que comutam com K. Como a conjugação
por K atua na base de
por
K(FiKlEj)K-1=q2(j-i)FiKlEj,
vale que
onde
.
o ideal à esquerda cal I
de
gerado por E,
é dado também por
e vale
Isto se vê diretamente.
Assim
é um ideal bilateral de
e a projeção
é um morfismo em
dito o
homomorfismo de Harish-Chandra.
Se V for módulo de peso máximo de
com peso máximo
então para todo elemento central
e todo
vale
De fato, z pode ser escrito
Se v0 for o vetor de peso máximo
então Ev0=0, e como
vale
.
Mas
é gerado por v0, e logo
para todo
com
vale
Em particular, o elemento de Casimir
quântico age por multiplicação pelo
escalar
A restrição de homomorfismo de
Harish-Chandra
ao centro
é injetiva,
já que se
é não nulo e satisfaz
é possível escrever
Tomando um módulo de Verma
com
para nenhum r,
então Evi=0 só para i=0, e aplicando
z em vi vale que
por um lado, e por outro,
para .
Segue que
e haveria um polinômio
com infinitas raízes, um absurdo.
Next: Apêndice A: A Linguagem
Up: Grupos Quânticos
Previous: A Álgebra Envolvente
Nicolau C. Saldanha
1999-08-10