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Re: [obm-l] Problemas em aberto 1



Agora vou contar só as regiões limitadas. Para isso, vou começar contando as ilimitadas.
 
Vamos imaginar que já desenhamos n retas. Agora vamos desenhar um círculo bem grande, de modo que todas as interseções de retas estejam dentro do círculo. Todas as regiões ilimitadas
intersectam o círculo. E só as regiões ilimitadas intersectam o círculo. Então, para contá-las, basta contar quantas regiões intersectam o círculo.
 
Vamos desenhar um ponto vermelho no círculo, sem ele estar sobre nenhuma reta. Agora vamos passar um filme do ponto andando pelo cículo, até dar uma volta. Ele começa em alguma região. Daí, quando bate em uma reta, pula para outra região. E assim continua, até que ele bate em uma reta pela última vez e volta para a primeira região. Então o número de regiões é o número de vezes que ele bate nas retas. Como ele bate duas vezes em cada reta, são 2n regiões ilimitadas.
 
Como já tinhamos contado o número total de regiões R(n), o número máximo de regiões limitadas é R(n) menos as 2n regiões limitadas. Vamos chamar esse cara de L(n):
 
L(n) = R(n) - 2n = n(n+1)/2 + 1 - 2n = n(n-3)/2 + 1
 
Agora vamos desenhar alguns casos para testar a fórmula:
 
L(0)=0
L(1)=0
L(2)=0
L(3)=1
L(4)=3
 
Êpa!!! A fórmula deu errado pra n=0! Bem, isso era de se esperar, já que o argumento acima é totalmente furado quando não tem nenhuma reta. Mas ela deu certo para todos os outros valores, então parece que vale para n>0.
 
Agora aos números. L(58)=1596 e L(59)=1653. Mas esse é o número máximo de regiões que pode ser atingido. Se algumas retas forem paralelas, o número de regiões é menor.
 
Mas será que dá pra consegui 1597 com 59 retas? Dá!
 
Se duas forem paralelas, o número de regiões diminui por um. Se três forem paralelas, o número de regiões diminui por 3. Então basta desenhar 59 retas, sendo 54 paralelas três a três e 4 paralelas duas a duas.
 
 
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, August 06, 2003 7:49 PM
Subject: Re: [obm-l] Problemas em aberto 1

Esse é clássico. Estou surpreso que ninguém respondeu até agora. Só não entendi o que é :(A area externa aos vertices das extremidades nao entra na contagem).
Imagino que seja pra contar só as regiões limitadas? Bom, vou fazer contando todas (que o 1597 indica ser a interpretação correta do problema), que, depois que você explicar melhor,
deve dar pra ajustar as contas.
 
Vou chamar de R(n) o número máximo de regiões em que o plano plano pode ser dividido por n retas. Isso contando as regiões "de fora", aquelas que são ilimitadas.
 
Claramente
 
R(0)=1
R(1)=2
R(2)=4 (faço um X com as retas)
R(3)=7 (desenho a 3a não paralela as 2 primeiras)
 
Agora vou tentar achar uma relação entre R(n) e R(n-1). Para isso vamos imaginar um filme da 3a reta sendo desenhada.
 
Antes dela encostar nas outras duas só há R(2)=4 regiões.
 
Quando ela bate na 1a reta surge mais uma.
Quando bate na segunda surge outra.
Quando ela chega no infinito (no final do filme) aparece mais outra.
 
Hummm. Parece que R(n) é R(n), mais (n -1) regiões que aparecem quando a reta nova bate nas (n - 1) outras retas(é só desenha-la paralela as anteriores), mais 1 quando ela bate no infinito. Ou seja,
 
R(n)= n+R(n-1) = n+ (n-1) +R(n-2) = .... = n + (n-1) + (n-2) + ... + 1 + R(0) = n(n+1)/2 + 1
 
Felizmente isso bate com os valores que a gente calculou antes. Ufa!
 
Agora, você pediu o menor n tal que
 
R(n)= n(n+1)/2 + 1 é pelo menos 1597. Resolvendo a eq. do 2o grau, R(56)=1597, na mosca!