Vou me ater à primeira questão.
É fácil ensinar a uma criança de quatro ou cinco
anos o conceito de um, dois, três... Mas ela terá grande dificuldade em entender
o que é "zero".
Respondida?
JF
----- Original Message -----
Sent: Friday, May 16, 2003 3:01 PM
Subject: [obm-l] 2 Problemas
Caros colegas da lista,
tenho dois problemas a propor. O
primeiro é filosófico e pedagógico. O segundo é sobre polinômios. Lá vão
eles:
Problema 1. O que vocês acham sobre o método de ensino da
matemática, deve-se começar pelo concreto e ir em direção ao abstrato mais
geral, ou seguir o caminho inverso? Por exemplo, estudar topologia geral
depois estudar topologia no R^n e em seguida topologia R, como coisas
particulares. Ou começar pelo R, depois R^n e a visão mais geral. Eu tenho
a impressão que partir de idéias muito abstratas e gerais é uma abordagem
que não dá bons resultados, pois começa-se a partir de um ponto onde a
confusão é muito mais natural de acontecer. Particularmente, eu nunca
comecei desse modo, sempre estudei as coisas na ordem usual. O Halmos, por
exemplo, defende a idéia de estudar espaços de Hilbert simultaneamente a
espaços vetoriais de dimensão finita.
A ordem de criação da
matemática é do mais concreto para o mais abstrato, pelo que compreendo.
Depois que se viram muitas estruturas de características similares (espaços
vetoriais com certas propriedades, p.e.), se retira uma noção mais geral e
abstrata (espaços de Hilbert) e daí retiram-se propriedades mais fracas mas
muito gerais. E a teoria continua num crescendum, até que, tavez, todos os
campos se unifiquem numa grande visão, essa é a minha esperança. A criação
da matemática, pelo que tenho na minha memória, segue a direção concreto
--> abstrato. Mas isso não implica que o ensino deva seguir essa mesma
direção. Existem experiências de ensino ou alguém já estudou algum assunto
seguindo a ordem inversa? O que relata dessas experiências?
Problema
2. Se um polinômio p(x) de grau n (particularmente gostaria de saber sobre
o caso n=3) é tal que |p(t)| <= 1 para |t| <= 1, então o que podemos
dizer sobre os coeficientes de p(x)? Qual o máximo módulo que eles podem
ter? E sobre a soma em módulo dos coeficientes, qual o máximo?
Este
problema me surgiu na aula de Análise no R^n. É certo que tal máximo
de fato existe, pois todas as normas em R^n são equivalentes, mas
determinar o máximo me parece um problema interessante. Não sei se ele tem
uma resposta simples, acho que não, mas pode-se fazer algumas estimativas
do máximo.
Um Abraço a
todos, Duda.
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