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Re: [obm-l] circuito IME/ITA



Desculpem um pouco pelo off,apenas entrando nessa discussão sobre o ITA,gostaria de dizer...
 
 
Ótimo email.O ITA é muitas vezes (em outras lista como  uol.vestibular) vítima de preconceitos,idéias equivocadas.Falam cada absurdo, que é revoltante.Na minha opinião,essas pessoas não se julgam capazes ou não tem a disposição necessária para entrar lá e ficam querendo desvalorizar a instituição ou é simplesmente falta de informação (o que não autoriza a inventar coisas).Já quem não se interessa por engenharia ou pelo ITA não deveria tecer tais comentários.Não tem nada a ver!Não tem que ficar falando!Deixem os outros em paz!
 
Foi um email bem oportuno para os pré-vestibulandos da lista,como eu (se bem que eu já sabia muito sobre o ITA,tenho amigos lá e prestarei  seu vestibular  neste ano).
 
Mais uma vez,valeu Francisco! Abaixo aos mitos sobre o ITA!
 
 
Eder
       
 
----- Original Message -----
To: obm-l
Sent: Saturday, September 14, 2002 1:29 PM
Subject: [obm-l] circuito IME/ITA

Eu sou formado pelo ITA, e nesta qualidade gostaria de tecer alguns comentários sobre o que foi dito na mensagem abaixo.

O ITA não deve ser considerado uma instituição militar. Embora subordinado ao Comando da Aeronáutica, seu reitor é um cargo civil - nos seus 53 anos de existência teve apenas um reitor militar, o então Brigadeiro Engenheiro Tercio Pacitti, formado pelo ITA, muito mais educador do que militar, autor do Fortran Monitor (livro que ensinou Fortran a milhares), e que, enquanto reitor, não usava farda -, seus professores são civis, e atualmente forma civis e militares, dependendo da opção que é feita quando o candidato se inscreve no vestibular. Quem opta pela carreira civil está livre de qualquer obrigação com a Aeronáutica quando se forma. Pode ir trabalhar onde bem quiser. A única obrigação militar de todo aluno (e desde 95, aluna) do ITA é cursar o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica no primeiro ano, o que toma um dia por semana, única ocasião em que ele usa farda.

É excelente o relacionamento entre o ITA e as empresas de uma maneira geral, não só do ramo de engenharia. Há uns dez anos foi criada a Fundação Casimiro Montenegro Filho (nome do idealizador e "fundador" do ITA), cujo principal objetivo é desenvolver projetos de cooperação entre a "escola" (como nós chamamos o ITA) e o mundo empresarial. Os resultados têm sido excelentes.

No ITA não há absolutamente nenhuma restrição acadêmica quanto à área de ciências humanas. Durante o curso fundamental (dois primeiros anos) os alunos são obrigados a frequentar matérias do Departamento de Ciências Humanas, que também oferece matérias opcionais para quem quiser durante os cinco anos do curso. Existe um centro acadêmico (Centro Acadêmico Santos
Dumont) ativo, que promove atividades culturais as mais variadas - de teatro a concursos literários a shows a...

O curso do ITA é extremamente puxado. Isso, aliado ao isolamento do aluno do ITA, que estuda, mora, come, pratica esportes, se diverte, enfim, vive dentro do campus do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) faz com que muitos desistam nos primeiros meses, ou sejam desligados por problemas de aproveitamento ao fim do primeiro período. E uma vez aqui fora, de volta para sua cidade natal, ninguém vai dizer que não aguentou o ritmo, ou que ficou com saudades de casa, ou que foi desligado por nota baixa.

O ITA "não tem dinheiro para nada" da mesma forma que, hoje em dia e desde sempre, ninguém - nem nenhuma instituição - no Brasil tem dinheiro para nada.

Eu sou suspeito para falar sobre o nivel dos cursos do ITA. Para quem quiser ter uma idéia, sugiro conferir os resultados do provão.

JF

-----Mensagem Original-----
De: kenji yoshitaki
<kenji@economics.zzn.com>
Para: <obm-l@mat.puc-rio.br>
Enviada em: Sexta-feira, 13 de Setembro de 2002 10:05
Assunto: Re:[obm-l] circuito IME


> Rafel,
> Bom,não quis de maneira alguma subestimar a competencia dos cursos do ime
e do ita, mas o fato de serem instituiçoes militares restringe muito o
relacionamento( e convenios) com as várias empresas do ramo da engenharia e
serviços em geral. Isso sem contar as restriçoes academicas com áreas de
humanas.
> Em relaçao aos meus colegas daqui da poli, um fez mais um semestre de
curso lá , e outro só fez alguns meses, ambos decidiram fazer cursinho de
novo pra entrar aqui, pq segundo eles nao compensava ficar mais dois anos
naquela historia de trabalhar pro exercito depois da formatura. E tb por
causa da crise que o exercito , aeronautica passam.. nao possibilatava
grandes investimentos na estrutura dos cursos tanto do ime como do ita.
Tenho um tio que é da embraer e da aula no ita, ele confirma tudo, na época
dele o ita nao tinha dinheiro pra nada...
>  Nao sei pra que área vc vai , mas cursos como engenharia eletrica e
computaçao , vc deve saber que a Unicamp , por exemplo, é a melhor da
america latina.. Isso por que os investimentos nao vem apenas do governo ,
assim como aqui na poli, as empresas fazem parcerias que elevam a estrutura
dos cursos por meio de investimentos.
>
> E sobre o nível do curso , eu tb pensava que era maior no ita e ime, mas
depois vi o quão dificil é fazer ( bem feito) um curso de engenharia, pq na
verdade quem faz o nível é o próprio aluno. Depende apenas dele mesmo buscar
conhecimento e investir na sua formaçao.Isso vale tambem, buscar o "saber"
até mesmo em assuntos como história e geografia, porque nessa geraçao que
passamos, a sabedoria é o  maior valor que alguem pode ter. Quem dessa lista
é engenheiro, matemático,etc..., deve saber o que estou dizendo.
>
> Bom é isso , qualquer outra opinião , pode mandar.
> Falow, um abraço!
>
>
> "A matemática é a mais alta das ciências, o dom mais alto que os deuses
deram aos homens"
>                   Arquimedes(287a.C.-212a.C.)
>
> Kenji Yoshitaki
> Engenharia/Poli-USP