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[obm-l] Re: [obm-l] O caráter não enumerável de R
On Thu, Sep 05, 2002 at 05:48:56PM -0300, 498 - Artur Costa Steiner wrote:
> Um abraço a todos os amigos deste grupo no qual acabei de me inscrever!
>
> O assunto que mencionei sempre me intriga um pouco. Há uma clássica
> demonstração de que R (o conjunto dos reais)não é numerável e que pode
> ser encontrada na maioria dos livros sobre Análise. Estas provas
> baseiam-se no fato de que, nos espaços euclidianos, conjuntos perfeitos
> não são numeráveis. Logo, um ponto chave em tais provas é que os
> elementos do espaço são pontos de acumulação do mesmo.
>
> Sabemos que todo elemento de R é ponto de acumulação. Mas, e este é o
> ponto que me intriga, tal conclusão depende da métrica definida em R.
> Na métrica euclidiana usual tal fato é demonstrado (admitindo-se que R
> seja completo). Mas, se tomarmos, por exemplo, a chamada métrica
> discreta (d(x,y)=1, se x<>y e d(x,y)=0 se x=y))então nenhum elemento de
> R (ou do espaço métrico em questão) é ponto de acumulação. A provas que
> conheço sobre a não enumerabilidade de R (que consistem em se construir
> uma seqüência de intervalos fechados aninhados) não mais se aplicam na
> métrica discreta.
>
> Não me parece plausível que um espaço métrico seja enumerável numa
> métrica (ou topologia) e não numerável em outra, mas será que existe
> uma prova de que R (ou um espaço métrico qualquer) não é numerável a
> qual seja independente da forma segundo a qual definamos seus conjuntos
> abertos?
De fato, o fato de um conjunto ser ou n~ao enumer'avel independe
da m'etrica, topologia, ou de qualquer outra estrutura:
depende apenas do conjunto. Considere o seguinte teorema/demonstra,c~ao:
Seja A um conjunto e P(A) o conjunto das partes de A.
Ent~ao toda fun,c~ao de A em P(A) 'e n~ao sobrejetora.
De fato,
X = { x in A | x n~ao pertence a f(x) }
se X = f(x) temos
x pertence a X <==> x n~ao pertence a X
um absurdo.
Isso demonstra que o conjunto das partes de um conjunto infinito
'e sempre n~ao-enumer'avel. Mas podemos criar uma c'opia de P(N)
(partes de N, o conjunto dos naturais) dentro de R, basta representar
cada subconjunto de N pela cadeia infinita correspondente de 0 e 1,
interpretada como uma expans~ao decimal infinita.
'E bem verdade que o que eu acabo de construir 'e um conjunto de Cantor,
mas n~ao usei a m'etrica de R...
[]s, N.
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