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Prezado Tengus.
 
    Bem... esse assunto é um pouco off-topic, mas como a maioria dos que estão aqui pretendem seguir
carreira na matemática, acho que  não custa  falar um pouco a respeito.  Pediria a membros da lista
que me corrigissem caso tenha escrito algo não conforme nas linhas abaixo.
    
    Cada Universidade adota um critério para admissão em cursos de pós-graduação (mestrado, doutorado,
pós-doutorado) e para o acompanhamento do curso pelo candidato.   
       Muitos desses critérios, às vezes, não tem dependência somente
em aspectos burocráticos, mas também tem dependências em aspectos de merecimento que por sua vez,
podem englobar tanto aspectos subjetivos quanto objetivos e são específicos para cada candidato que estiver
concorrendo a vagas nelas e nos professores que estiverem fazendo avaliação do candidato.  Não existe uma
palavra final a respeito.     Por isso, faz-se necessárias apresentações, para que  professores, potenciais
 orientadores de teses e dissertações, conheçam do candidato e sobre ele deliberem.   Esse conhecimento
pode ser obtido através de aplicação de exames, de avaliação objetiva do trabalho já realizado como também
do conhecimento pessoal da criatividade e capacitade analítica do candidato e pode ou não ser formal. 
 
    Tudo o que foi exposto acima parece muito abstrato, em princípio, porém fica mais
claro quando mostramos  exemplos.
 
1) Uma universidade X de renome faz a sua admissão em seu programa de Mestrado/Doutorado através de um concurso de
provas e publicações.   A prova consiste em um exame nacional e os candidatos são cassificados através de uma pontuação
que corresponde à pontuação da prova mais a pontuação das publicações, sendo que a *qualis* da publicação determina o
valor de pontos atribuídas a ela.   Após o ingresso, o candidato precisa cursar as disciplinas A,B,C,D,E,F e G mas pode optar
 por cursar somente F e  G, caso já tenha conhecimento profundo das disciplinas A,B,C,D,E, o qual deve ser confirmado
categoricamente através de uma prova de suficiência.  As disciplinas F e G tem que ser obrigatóriamente cursadas porém
o professor da disciplina F obriga que os alunos compareçam enquanto que os para os alunos da G o professor faculta
o comparecimento, sendo este apenas requerido para a prova.
 
2)  Uma universidade Y de renome, oferece 10 vagas e habilita 20 candidatos para pós,  sendo a habilitação
concedida a partir do desempenho em um curso de verão da disciplina X e
a classificação para habilitação será dada pela ordem de maior nota neste curso. 
   Se um aluno fizer duas vezes o curso e não ficar entre os habilitados, perde a chance de concorrer a uma
nova vaga nesta universidade.   Porém o aluno M, fez esse curso como ouvinte, por estar inseguro  e não querer
gastar uma das chances que possuia para fazer o curso lá.  Esse aluno inseguro, porém, era muito inteligente e
 surpreendeu a si mesmo conseguindo primeira colocação no curso de verão.   Mesmo assim ele 
continuou inseguro, achando que matemática era muito difícil e que não iria conseguir terminar a pós!!!  (haja pessimismo)
   Ele então perguntou então aos professores, se ele poderia deixar de se matricular, assistir as aulas como ouvinte e
depois de saber toda a matéria entrar para fazer o curso.  Todos os professores, conhecendo bem o candidato e sabendo
de suas peculiaridades e idiosincrasias, concordaram.   Depois de assistir a
todas as disciplinas e fazer com brilho todas as provas destas, o aluno já era praticamente doutor,
tinha muitas publicações, mas não tinha o título.   Então ele se matriculou regularmente (nem precisou fazer o
curso de verão e também nem precisou de cartas de referência) e depois não precisou ir às aulas nem fazer provas, só
teve que esperar 3 anos para que  seu diploma fosse expedido.
 
 
3) Um aluno Z não estava ligado a nenhuma universidade, mas por ter capacidade analítica e criatividade incrível, além
de ser extremamente autodidata, consegui 1 lugar em duas olimpíadas internacionais de matemática, além de
publicar vários papers em revistas de renome e  ser indicado para receber a medalha fields por merecimento.
    Uma Universidade W de renome, conhecendo bem o trabalho, convidou-o para fazer provas de suficiencia para
seu programa de doutorado (triviais para o candidato) e após o candidato tê-las feito recebeu o 
 título de doutor honoris-causa.
 
 
  Note que no caso 3 o aluno se matriculou e só fez provas, no caso 2 o aluno assistiu aulas para aprender e fez provas, mas
conhecia os professores e no caso 1 o aluno teve que obrigatoriamente assistir a algumas aulas.  
 
PS: Todos os casos aqui apresentados são HIPOTÉTICOS. Podem ou não existir na realidade e podem ou não
mudar de universidade para universidade e de tempos em tempos.  Alguns deles podem parecer jocosos e irreais, mas em
determinadas circunstâncias de extrema excepcionalidade podem ocorrer.  Bem, basicamente é isso.  
 
   Particularmente eu acho que aulas são importantes.  Não diria que se deve dispensá-las, pois sempre há nuances que escapam
à nossa percepção quando estudamos sozinhos, além disso professores de universidadades sérias, tem sempre algo
a nos ensinar que não está em livros.
 
É isso. Espero ter esclarecido a dúvida.
 
Abraços!
Ronaldo
 

 
On 4/7/07, tengus <tengus@bol.com.br> wrote:

Caros integrantes desta renomada lista,

Gostaria de saber se é possível cursar um mestrado em Matemática, numa Universidade Pública, comparecendo somente aos exames e eventualmente aos diálogos - orientação ou acompanhamento pertinente à dissertação – com o orientador nos períodos que antecedem a apresentação da dissertação, ou seja, cursar o mestrado de forma semi-presencial, entretanto somente se matriculando no período da dissertação. Particularmente, o meu foco é a UFPE ou a UFBA.

 

Desde já agradeço!

 

Abraços!

 

Marco Antonio

 



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Analista de Desenvolvimento
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de SP.