 
 
 
 
 
 
 
  
Vamos começar com uma definição usual.
Definição 1.1: 
Definimos os números binomiais pela fórmula
 
Outras possíveis definições são a recursiva e a algébrica, que enunciaremos como proposições.
Proposição 1.2: 
Os números binomiais satisfazem
 
 
 que satisfaz esta
recorrência com estas condições iniciais é
 que satisfaz esta
recorrência com estas condições iniciais é 
 .
.
Dem:  Indução.         
 
Proposição 1.3: (Binômio de Newton) 
Para todo 
 vale a identidade de polinômios
 vale a identidade de polinômios
 
Dem:  Indução.         
 
Observemos ainda que
 
 
 (ou mesmo em outro corpo qualquer)
e
(ou mesmo em outro corpo qualquer)
e 
 .
A identidade
.
A identidade
 
Existem inúmeras interpretações combinatórias para números binomiais:
a mais conhecida é que 
 é o número de subconjuntos
de m elementos de um conjunto de n elementos dado
(por exemplo,
é o número de subconjuntos
de m elementos de um conjunto de n elementos dado
(por exemplo, 
 ).
Outra interpretação interessante
é como o número de caminhos de comprimento n (o valor mínimo)
ligando (0,m) e (n-m,0)andando sempre por retas verticais ou horizontais inteiras,
conforme ilustrado abaixo.
Uma demonstração bijetiva deste fato consiste em tomar para cada caminho
o conjunto das posições ao longo do caminho dos segmentos verticais:
este é um subconjunto de m elementos de
).
Outra interpretação interessante
é como o número de caminhos de comprimento n (o valor mínimo)
ligando (0,m) e (n-m,0)andando sempre por retas verticais ou horizontais inteiras,
conforme ilustrado abaixo.
Uma demonstração bijetiva deste fato consiste em tomar para cada caminho
o conjunto das posições ao longo do caminho dos segmentos verticais:
este é um subconjunto de m elementos de 
 .
O caminho na figura abaixo corresponde ao subconjunto
.
O caminho na figura abaixo corresponde ao subconjunto
 .
.
 
Existem muitíssimas identidades interessantes envolvendo números binomiais. Enunciaremos agora algumas que serão usadas mais adiante.
Proposição 1.4: 
Para quaisquer 
 ,
, 
 e
 e 
 temos
 temos
 
Dem: 
Por indução em n, sendo trivial o caso n = 0.
O caso n = 1 é a identidade recursiva da Proposição 1.2
(apenas mudando o nome das variáveis):
 
 
 
Corolário 1.5: 
Seja 
 um inteiro positivo e
 um inteiro positivo e 
![$P \in C[x]$](img22.gif) ,
,
 ,
um polinômio de grau menor do que n. Então
,
um polinômio de grau menor do que n. Então
 
Observe que apenas um número finito de termos do primeiro somatório são diferentes de 0: exatamente aqueles valores considerados no segundo somatório.
Dem: 
Podemos escrever
 
 
 
Proposição 1.6: 
Para quaisquer naturais a, b, c temos
 
Observe que a matriz é quadrada de ordem a. Observe também que do lado direito os papéis de a, b e csão intercambiáveis, o que não ocorre do lado esquerdo. Por outro lado, o lado esquerdo é claramente inteiro; o leitor pode tentar mostrar diretamente que o lado direito é inteiro.
Na demonstração da proposição usaremos a equação
 
Dem: 
Os casos a = 0 e a = 1 são triviais. Definamos
 
 
 
Defina
 
![$P \in {\mathbb{C} }[x]$](img33.gif) é um polinômio de grau b+c-1.
Observe que as raízes de P são
é um polinômio de grau b+c-1.
Observe que as raízes de P são 
 e
e
 ;
observe também que
;
observe também que 
 
 um vetor cuja i-ésima coordenada é 
vi = (-1)i P(a-1-i)(i varia de 0 a a-1):
um vetor cuja i-ésima coordenada é 
vi = (-1)i P(a-1-i)(i varia de 0 a a-1):
 
 
 .
Observe que as coordenadas de v são todas não nulas.
Vamos calcular o produto 
w = M(a,b,c) v.
.
Observe que as coordenadas de v são todas não nulas.
Vamos calcular o produto 
w = M(a,b,c) v.
Calculemos a i-ésima coordenada wi de w.
Temos, por uma simples mudança de índices,
 
Mas pelo corolário temos
 
 
 temos
temos 
 ,
assim P se anula em todos os termos do somatório que define S-ie temos S-i = 0 para qualquer valor de i.
Por outro lado, se
,
assim P se anula em todos os termos do somatório que define S-ie temos S-i = 0 para qualquer valor de i.
Por outro lado, se  e
e 
 temos
temos
 e P se anula agora em todos os termos
do somatório que define S+i.
Assim temos wi = 0 para i < a-1.
Se i = a-1, o único termo do somatório S+i que não se anula é para
k = b+c e temos
e P se anula agora em todos os termos
do somatório que define S+i.
Assim temos wi = 0 para i < a-1.
Se i = a-1, o único termo do somatório S+i que não se anula é para
k = b+c e temos
 
 
 .
.
Podemos escrever 
v = (M(a,b,c))-1 wdonde
 
 .
Mas por Cramer esta entrada é
.
Mas por Cramer esta entrada é 
 ,
o que conclui a demonstração.
,
o que conclui a demonstração.
        
 
 
 
 
 
 
 
