O conhecimento pode ser aplicável ou aumentar o entendimento, às vezes ambos. Mas onde está? Entrei na faculdade como estudante de engenharia, achei alguns cursos tediosos e mudei para a matemática, que exigia menos créditos. Durante meu terceiro e último ano de graduação, estagiei no IBGE, a instituição federal responsável pelo censo, e fiquei muito comovido com os dados disponíveis. Tornei-me vegetariano e considerei um mestrado em planejamento agrícola, mas percebi logo que era uma carreira altamente teórica no Brasil. A sorte interferiu: P.Deift, da NYU, veio visitar nosso Departamento e, em 1979, iniciei meus estudos de doutorado sob sua maravilhosa orientação. Deift é uma inspiração permanente em minha carreira. Em 1982, ao receber uma Gibbs Instructorship em Yale, tive a sorte adicional de conhecer duas outras fontes de inspiração, R. Beals e R. Coifman: ficou claro, não havia como eu fazer algo diferente de matemática na vida. No Departamento de Matemática aqui da PUC, minha liberdade intelectual me permitiu fazer apostas altas, algumas bem sucedidas, e também apreciar uma diversidade de formas e estilos matemáticos, uma abundância de problemas e colegas.