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[obm-l] Ser olímpico ou ser Humano, eis a questão?



23 de Fevereiro de 2003, Fortaleza/Ceará.

Caros seres pensantes,
  Fugindo um pouco do cotidiano questão/resposta/dúvida 
respondida, resolvi mandar um e-mail diferente! 
Desculpem-me, por favor, caso eu fuja da real função ou 
objetivo desta tão honrosa lista.
   Antes de tudo, redijo este texto para seres humanos  
como vocês, altamente qualificados e dotados de talento 
incomum, lerem, não com os seus olhos olímpicos, com os 
olhos humanos, os olhos da real sabedoria.
  Como adoro ler filosofia e estudar matemática, comecei 
a cogitar sobre o real termo "aluno olímpico". Aluno 
olímpico seria somente aquele aluno, super inteligente 
que consegue façanhas sobre comuns ou aquele que não tem 
tantos dons intelectuais e tenta ano após ano uma 
humilde menção honrosa mas sempre está lá estudando e 
competindo com alunos mais providos de estrutura, 
material, conhecimento e talento? 
  Na minha humilde opinião, o real termo Aluno Olímpico 
seria definido no aluno da escola pública ou mesmo sem 
escola, trabalhador e estudioso, quem passa fome e 
sustenta uma família com a cabeça erguida mas quer 
melhorar de vida através de um meio honesto, o estudo. 
Um aluno na qual seguraria com unhas e dentes uma 
oportunidade, a mais humilde que fosse, aproveitaria 
como ninguém, não para ganhar uma medalha mas somente 
para mudar de vida. Vejo escolas no Ceara competindo 
entre se somente para conseguir resultados 
surpreendentes, para poder fazer mais comerciais, ganhar 
mais alunos e ganhar mais dinheiro. Colégios com 
professores altamente qualificados, ganhando rios de 
dinheiro. Será que não é possível dar aulas olímpicas 
para alunos carentes e procurar talentos mais humildes 
em favelas ou escolas públicas?
  Se existir um projeto assim, desculpo-me pela minha 
suprema ignorância do fato mas se não existir, não seria 
uma boa idéia ou um assunto a ser debatido e refutado 
com cautela? Por que não procurar talentos com as 
pessoas que realmente precisam ou necessitam mais em 
estudar, ganhar medalha e mostrar a sua capacidade para 
o Brasil e para o Mundo?

  P.S.: Estudo no colégio Ari de Sá Cavalcante, em  
Fortaleza/CE, e um dia, saindo da aula do Professor  
Marcelo Oliveira sobre triângulo Pedal, fui comprar um 
chocolate na banca e esbarrei com um garoto de rua que 
perguntou para mim se eu era um desses "alunos dos 
comerciais da rua”?
- E eu disse, ainda não, porque?
E ela respondeu:
"- Tio, pus que eu daria a minha vida para ser um de 
vocês, sabe? Mia famia não tem dinheiro, sabe? e com 
isso eu entraria em uma faculdade pública em qualquer 
curso e isso mudaria a nossa vida para sempre. 
  Isso me afetou tanto, foi tão marcante que resolvi 
pensar mais no porque de adquirir tanto conhecimento e 
material se eu não preciso realmente nem mais da metade. 
Eu preferiria dar uma possível vaga minha na Rio 
Platence, Ibero-Americana, Cone Sul ou mesmo a  IMO para 
um aluno treinado de escola pública que precisa dessa 
oportunidade mais do que eu. Além disso, seria também 
interessante aproveitar os alunos para fazerem 
campanhas, dar aulas em escolas públicas, favelas, nas 
ruas, praças ou shoppings na época das semanas 
olímpicas, pois como são alunos olímpicos, certamente 
irão aceitar a proposta de bateria de humanismo, 
solidariedade, altruísmo e também mostrar que existem 
humanos realmente humanos nesse universo.
*Aproveitem essa fase "Lula" do Brasil que está em voga 
e tantos "pregam" com "orgulho".

“Todo aquele que possui coisas de que não precisa é um 
ladrão”.
- Mahatma Gandhi

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, 
com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de 
arriscar”.
- William Shakespeare

"Os grandes cientistas navegam às cegas".
- Marcos Eike 

“Wheresoever you go, go with all your heart”.
- Confucius

“Education has for its object the formation of 
character”.
- Herbert Spencer

Se não me engano, perdoem-me caso esteja equivocado, 
Sócrates combateu os sofistas por pregarem o 
conhecimento lucrativo e foi um milagre na humanidade e 
Einstein, sem comentários, cobrava um valor simbólico na 
Alemanha para tirarem fotos com ele e dava autógrafos 
para as pessoas nas ruas para acumular dinheiro e doar 
para instituições filantrópicas.

Muitíssimo grato,
Igor Correia Oliveira, 17 anos.


 
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