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[obm-l] RE: [obm-l] Números complexos



Pelo que sei, a razão histórica para o a aprecimento dos complexos foi, de fato, a tentativa de resover a equação x^2 = -1, isto é, achar raiz(-1).  A existência de tal número, se não estou enganado, tornou-se patente por volta do Século XvII (não estou certo), quando um matemático italiano, Cardano, desenvolveu uma fórmula algebricamente perfeita para calcular as raizes de um caso especial (que não me lembro) de equação polinomial do 3º grau. A fórmula chocou os matemáticos da época, poiis envolvia radicais do segundo grau e, mesmo nos casos em que as raizes eram todas reais, os radicandos frequentemente tornavam-se negativos. A fórmula de Cardano apresenta pouco interesse prático, pois aplica-se a um caso muito particular que quase nunca ocorre na prática. Mas serviu para alertar os matemáticos de que havia algo além do conjunto dos reais , que , na época,provavelmente não tinha tal denominação.

 

Criou-se então a famosa “unidade imaginária” i, denominação bastante infeliz mas que resistiu através dos séculos, em todas a línguas, creio eu. Na realidade , os “números reais” são tão imaginários quanto os imaginários. Ou, caso se prefira, podemos dizer que os imaginários são tão reais quanto os reais. Talvez por causa do nome “ïmaginário” para os complexos tenha-se chegado ao nome , também um tanto infeliz, de conjunto dos reais.

 

Anos depois, Gauss, que estudou muito os complexos, deu aos mesmos a denominação de “complexos”, que muitos julgam ser infeliz mas que também resistiu ao tempo e é hoje o termo consagrado. Pela época de Gauss, creio eu, passou-se a ver os complexos de forma mais profunda, isto é , como uma estrutura algébrica , como um corpo bi-dimensional que apresenta as mesmas leias algébricas que os reais (não pode, porém , ser ordenado como os reais). Hoje, quase todos os livros apresentam os complexos como um corpo do tipo (a, b) a e b em R. Entretanto, a forma a+ bi ainda é usada, talvez para enfatizar o caráter de “número” que os complexos apresentam. Através de um isomofismo, podemos identificar o conjunto de pares (a, b) com o conjunto dos “números” a+bi. Isomorfismo é uma bijeção entre dois conjuntos que preserva características fundamentais, por exemplo f(a+b) = f(a) + f(b) e f(ab) = f(a) f(b),

 

Um detalhe interesante. Existem espaços vetoriias n-dimensionais e até de dimensões infinitas. Seria de se esperar que houvesse corpos algébricos de dimensão superior a 2, mas não é o caso. Entretanto, uma vez li no newsgroup internacional sci.math que há corpos de dimensões infinitas.

 

Espero ter ajudado

Um abraço

Artur

 

 

-----Original Message-----
From: owner-obm-l@sucuri.mat.puc-rio.br [mailto:owner-obm-l@sucuri.mat.puc-rio.br] On Behalf Of Eduardo
Sent:
Monday, February 10, 2003 1:02 PM
To: Obm-L
Subject: [obm-l] Números complexos

 

Galera, estou com uma dúvida relacionada a números complexos, digamos que histórica.

 

 

A primeira definição é i^2 =-1 ou a definição foi feita primeiramente para (a; b)x(c; d)?

 

Abraços

 

Edu