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Re: Teorema de Godel
Eu li a HP e não ficou claro para 
mim a seguinte passagem:
 
Suponha que ~$x PROVA(x,g,g) é provável (no mesmo 
sentido) e seja p o número de Gödel dessa prova P. Então, nós temos que 
PROVA(p,g,g) é verdadeiro
 
Após ler este e-mail, 
eu entendi as coisas, mas me abstraindo da matemática e pensando apenas na 
semântica da coisa: "Eu não posso ser demonstrada". Depois tentei entender e 
essa passagem continuava obscura.... Depois de pensar bastante, acho que entendi 
(?). Gostaria de saber se as coisas são, de fato, como pensei.
 
g 
"incorpora" ~$x Prova (x,y,y)
Chamarei 
g(g)  ~$x Prova (x,g,g) - substituindo y por g
 
Se ~$x 
PROVA(x,g,g) é provável, isso quer dizer que g(g) não é 
provável.
Das duas uma: ou g(g) é 
verdadeira e não é provável, daí está provado o teorema,
                         
ou g(g) é falso e sua negação é provável (portanto verdadeira). 
A negação de g(g) 
é  $x Prova (x,g,g). Chamando esse x de p, segue o 
"Então, nós temos que PROVA(p,g,g) é verdadeiro".
 
[ ]'s
  Fred
 
PS 
- talvez isso devesse 
ser óbvio, mas para mim não é nada óbvio ... 
:)
 
 
 
 
----- Original Message ----- 
Sent: Thursday, January 03, 2002 
12:38 AM
Subject: Re: Teorema de 
Godel
 
> 
> A idéia é criar uma sentença que 
diz: "eu não posso ser provada", ou seja, 
> uma sentença, cujo número de 
godel é x, que diz que não existe demonstração 
> para a fórmula cujo 
número de godel é x.
>    Para entender a fórmula que godel 
criou, é necessário o conceito de 
> variável livre. A fórmula "x é primo" 
possui uma variável livre x, não 
> podemos deizer que ela é verdadeira ou 
falsa sem conhecer o valor de x. Para 
> eliminar essa variável livre, tem 
duas maneiras: uma é substituir x por um 
> número (p.ex. "7 é primo"), 
outra é colocar um quantificador ("existe x t.q. 
> x é primo"). Note que 
uma fórmula sem variável livre (que chamamos 
> "sentença") deve ser ou 
verdadeira ou falsa (i.e, sua negação verdadeira) em 
> um modelo 
matemático fixado (que precisa ser definido, mas, intuitivamente, 
> é uma 
interpretação para o significado das fórmulas). O sistema de axiomas 
> 
ideal deve provar ou a sentença ou sua negação. Pois bem, godel cria uma 
> sentença que não pode ser provada nem ela nem sua negação.
> 
> Para obter essa sentença, godel criou a fórmula PROVA(x,y,y) que 
significa: 
> "A sequência de fórmulas cujo número é x é uma demonstração 
da fórmula (de 
> número y) de uma variável livre, substituindo sua 
variável livre pelo valor 
> y". Por exemplo, se 1000 é o número da 
fórmula "x é primo", 
> PROVA(12345,1000,1000) diz: "12345 é o número da 
demonstração de "1000 é 
> primo".
> 
> A fórmula 
¬ExPROVA(x,y,y) diz "a fórmula de número y, substituindo sua  
> 
variável livre por y, não póde ser provada". No nosso exemplo, 
> 
¬ExPROVA(x,100,1000) diz "não existe demonstração de que 1000 é primo". Pois 
> bem, ¬ExPROVA(x,y,y) tem uma variável livre y, e tem um número (seja g 
esse 
> número). Portanto a fórmula ¬ExPROVA(x,g,g) é uma sentença (note 
que g não é 
> uma variável, mas um número conhecido, que eu já calculei). 
E essa sentença 
> diz: "A fórmula de número g, substituindo sua variável 
livre por g, não pode 
> ser provada". Mas quem é a fórmula de número g? É 
o próprio ¬ExPROVA(x,y,y). 
> E substituindo sua variável livre por g? É a 
propria sentença 
> ¬ExPROVA(x,g,g). Portanto, ¬ExPROVA(x,g,g)  diz 
"¬ExPROVA(x,g,g) não pode 
> ser provada", que gera o paradoxo que 
queríamos (uma sentença que diz "eu 
> não posso ser provada").
> 
> Observe que, se um sistema for consistente, eu de fato não consigo 
provar 
> ¬ExPROVA(x,g,g). Mas isso se o sistema for consistente (i.e., 
não provar uma 
> fórmula e sua negação). Caso contrário, tudo vira 
teorema, e tudo pode ser 
> provado (de uma contradição provamos qualquer 
coisa), inclusive 
> ¬ExPROVA(x,g,g). Mas se eu provar a consistência do 
sistema, eu acabei de 
> provar que ¬ExPROVA(x,g,g) não pode ser provada. 
Mas isso, como vimos, é o 
> próprio ¬ExPROVA(x,g,g), e chegamos numa 
contradição. Concluindo: a segunda 
> parte do Teorema de Godel (conhecido 
como segundo teorema de godel) diz que, 
> se um sistema for consistente, 
sua consistência não pode ser provada (dentro 
> do próprio 
sistema).
> 
> Uma observação importante é que, apesar de dar a 
idéia geral da 
> demonstração, a demonstração que está no site está longe 
de ser completa. 
> Fica a pergunta: como godel criou (ou provou que 
existe) a fórmula 
> PROVA(x,y,y) usando só o fato de que o sistema é 
capaz de exprimir a 
> aritmética e de que seus axiomas formam um conjunto 
recursivo (consigo 
> decidir, através de um algoritmo finito, se uma 
fórmula é axioma ou não). É 
> interessante olhar no trabalho original de 
godel ("On formally undecidable 
> propositions of principia mathematica 
and related systens") como ele 
> codifica cada axioma, e cada regra de 
inferência, em termos de relações 
> aritméticas. Repare que a fórmula 
indecidível ¬ExPROVA(x,g,g), no fundo é 
> uma gigantesca fórmula que só 
envolve números, conectivos lógicos, e as 
> operações + e *.
> 
> 
> >From: Carlos Maçaranduba <soh_lamento@yahoo.com.br>
> >Reply-To: obm-l@mat.puc-rio.br
> >To: obm-l@mat.puc-rio.br, ciencialist@yahoogrupos.com.br
> >Subject: Teorema de Godel
> 
>Date: Wed, 2 Jan 2002 18:43:16 -0300 (ART)
> >
> >neste 
endereço há uma demonstração do teorema de godel
> >que aparentemente é 
simples de se entender.Alguem
> >poderia ver a parte que ele usa o 
predicado
> >PROVA(x,g,g) e explicar-me pq ele faz isso?????
> 
>
> >
> >http://www.pr.gov.br/celepar/celepar/batebyte/edicoes/2000/bb95/teorema.htm
> 
>
>