 
 
 
 
 
 
 
  
Sejam 
 .
Dizemos que a é congruente a b módulo n,
e escrevemos
.
Dizemos que a é congruente a b módulo n,
e escrevemos 
 ,
se n|b - a.
Como a congruência módulo 0 é a igualdade
e quaisquer inteiros são côngruos módulo 1,
em geral estamos interessados em n > 1.
,
se n|b - a.
Como a congruência módulo 0 é a igualdade
e quaisquer inteiros são côngruos módulo 1,
em geral estamos interessados em n > 1.
Proposição 1.7: 
Para quaisquer 
 temos:
 temos:
 ;
;
 então
então 
 ;
;
 e
e 
 então
então 
 ;
;
 e
e 
 então
então 
 ;
;
 então
então 
 ;
;
 e
e 
 então
então 
 .
.
Dem: 
Para o item (a) basta observar que 
n | a - a = 0.
Em (b), se n | b - a então 
n | a - b = -(b-a).
Em (c), se n | b - a e n | c - b então 
n | c - a = (c - b) + (b - a).
Em (d), se 
n | a' - a e 
n | b' - b então
n | (a' + b') - (a + b) = (a' - a) + (b' - b).
Em (e), se 
n | a' - a então 
n | (-a') - (-a) = -(a' - a).
Em (f), se 
n | a' - a e 
n | b' - b então
n | a'b' - ab = a'(b' - b) + b(a' - a).
        
 
Os itens (a), (b) e (c) da proposição acima dizem, nesta ordem, que a relação
 (``ser côngruo módulo n'')
é uma relação reflexiva, simétrica e transitiva.
Relações satisfazendo estas três propriedades são chamadas
relações de equivalência.
Dada uma relação de equivalência
(``ser côngruo módulo n'')
é uma relação reflexiva, simétrica e transitiva.
Relações satisfazendo estas três propriedades são chamadas
relações de equivalência.
Dada uma relação de equivalência  sobre um conjunto Xe um elemento
sobre um conjunto Xe um elemento  definimos a classe de equivalência
definimos a classe de equivalência
 de x como
de x como
 
 se e somente se
se e somente se 
 .
As classes de equivalência formam uma partição de X, i.e.,
uma coleção de subconjuntos não vazios e disjuntos de X cuja união é X.
O conjunto
.
As classes de equivalência formam uma partição de X, i.e.,
uma coleção de subconjuntos não vazios e disjuntos de X cuja união é X.
O conjunto 
 das classes de equivalência
é chamado o quociente de X pela relação de equivalência
das classes de equivalência
é chamado o quociente de X pela relação de equivalência  e é denotado por
e é denotado por  .
.
Aplicando esta construção geral ao nosso caso, definimos o quociente
 ,
chamado por simplicidade de notação de
,
chamado por simplicidade de notação de
 ,
,
 ou às vezes
ou às vezes 
 .
Dado
.
Dado 
 ,
a definição de
,
a definição de 
 como um subconjunto de
como um subconjunto de 
 raramente será importante: o importante é sabermos que
raramente será importante: o importante é sabermos que
 se e somente se
se e somente se 
 .
Se n > 0, a divisão euclidiana diz que todo inteiro a é côngruo a um único
inteiro a' com
.
Se n > 0, a divisão euclidiana diz que todo inteiro a é côngruo a um único
inteiro a' com 
 ;
podemos reescrever este fato na nosso
nova linguagem como
;
podemos reescrever este fato na nosso
nova linguagem como
 
 simplesmente de
simplesmente de 
 .
.
Os itens (d), (e) e (f) da proposição dizem que as operações de soma,
diferença e produto são compatíveis com a relação de congruência.
É esta propriedade que torna congruências tão úteis,
nos possibilitando fazer contas módulo n.
Podemos por exemplo escrever
 
já que 
 (mostrando assim porque funciona o conhecido critério de divisibilidade por 9).
Uma formulação mais abstrata da mesma idéia é dizer que as operações
+ e
(mostrando assim porque funciona o conhecido critério de divisibilidade por 9).
Uma formulação mais abstrata da mesma idéia é dizer que as operações
+ e  passam ao quociente, i.e., que podemos definir
passam ao quociente, i.e., que podemos definir
 
 e
e
 .
A dúvida à primeira vista seria se a escolha de a e b não afeta a resposta:
afinal existem infinitos inteiros a' e b' com
.
A dúvida à primeira vista seria se a escolha de a e b não afeta a resposta:
afinal existem infinitos inteiros a' e b' com
 e
e 
 .
Os itens (d) e (f) da proposição são exatamente o que precisamos:
eles nos dizem que nestas condições
.
Os itens (d) e (f) da proposição são exatamente o que precisamos:
eles nos dizem que nestas condições
 e
e
 .
.
Proposição 1.8: 
Sejam 
 , n > 0.
Então existe
, n > 0.
Então existe 
 com
 com 
 se e somente se (a,n) = 1.
se e somente se (a,n) = 1.
Dem: 
Se 
 temos 
nk = 1 - ab para algum k,
donde 
(a,n) | ab + nk = 1 e (a,n) = 1.
Se (a,n) = 1 temos 
ax + ny = 1 para certos inteiros x e y,
donde
temos 
nk = 1 - ab para algum k,
donde 
(a,n) | ab + nk = 1 e (a,n) = 1.
Se (a,n) = 1 temos 
ax + ny = 1 para certos inteiros x e y,
donde 
 .
.
        
 
Dizemos portanto que a é invertível
1.1
módulo n quando (a,n) = 1e chamamos b com 
 de inverso
de a módulo n.
O inverso é sempre único módulo n:
se
de inverso
de a módulo n.
O inverso é sempre único módulo n:
se 
 temos
temos
 .
.
Corolário 1.9: 
Se (a,n) = 1 e 
 então
 então 
 .
.
Dem: 
Basta escrever 
 onde c é o inverso de a módulo n.
onde c é o inverso de a módulo n.
        
 
Definimos 
 por
por
 
 é sempre um elemento de
é sempre um elemento de 
 (corolário 1.5).
(corolário 1.5).
Teorema 1.10: (Teorema Chinês dos restos) 
Se 
(m, n) = 1 então
 
é uma bijeção.
Além disso, a imagem por f de 
 é
 é
 .
.
Note que cada 
 na definição de fé tomado em relação a um módulo diferente.
A função está bem definida pois
na definição de fé tomado em relação a um módulo diferente.
A função está bem definida pois 
 determina
determina  e
e  .
.
Dem: 
Como 
 e
e 
 têm mn elementos cada,
para provar que f é bijetiva basta verificar que f é injetiva.
E, de fato, se
têm mn elementos cada,
para provar que f é bijetiva basta verificar que f é injetiva.
E, de fato, se
 e
e 
 então 
m | (a - a') e 
n | (a - a'),
donde 
mn | (a - a') e
então 
m | (a - a') e 
n | (a - a'),
donde 
mn | (a - a') e 
 .
A imagem de
.
A imagem de 
 é
é
 pois 
(a,mn) = 1 se e somente se 
(a,m) = (a,n) = 1.
pois 
(a,mn) = 1 se e somente se 
(a,m) = (a,n) = 1.
        
 
Dados inteiros 
 ,
dizemos que estes inteiros
são primos entre si se 
(mi,mj) = 1 para quaiquer
,
dizemos que estes inteiros
são primos entre si se 
(mi,mj) = 1 para quaiquer  .
.
Corolário 1.11: 
Se 
 são inteiros primos entre si.  Então
 são inteiros primos entre si.  Então
 
é uma bijeção.
Dem: 
Basta aplicar o teorema anterior r vezes.
        
 
A aplicação mais comum deste teorema é para garantir que existe
a com 
 onde ai são inteiros dados quaisquer.
onde ai são inteiros dados quaisquer.
 
 
 
 
 
 
