[Date Prev][Date Next][Thread Prev][Thread Next][Date Index][Thread Index]

[obm-l] Re: [obm-l] Re:[obm-l] Re: Polinômio nos inteiros



Ops! Tens razão - mancada minha...
  
Aqui vai uma nova tentativa:
  
Seja k o menor inteiro positivo para o qual existem k inteiros maiores do que 1, livres de quadrados e primos entre si dois-a-dois m_1, ..., m_k tais que:
raiz(m_k) pertence a Q(raiz(m_1), ..., raiz(m_(k-1))).
 
***
 
Lema 1:
N é inteiro > 1 e livre de quadrados ==> raiz(N) é irracional
 
Lema 2:
M, N são inteiros > 1, primos entre si e livres de quadrados ==>
M*N é > 1 e livre de quadrados
 
Estes dois lemas decorrem da definição de "inteiro livre de quadrados" (igual a um produto de primos distintos) e da fatoração única em Z.
 
***
 
A partir dos lemas é fácil provar que k >= 3.
 
Para simplificar a notação, ponhamos:
m = m_(k-1),
n = m_k,
F = Q(raiz(m_1), ..., raiz(m_(k-2))),
de forma que:
Q(raiz(m_1), ..., raiz(m_(k-1))) = F(raiz(m))
 
Pela escolha de k, raiz(n) pertence a F(raiz(m)) mas não pertence a F.
Logo, existem a e b em F tais que raiz(n) = a + b*raiz(m) ==>
n = a^2 + b^2m + 2ab*raiz(m)   (*)
 
b = 0 ==>
raiz(n) = a = elemento de F ==>
contradição ==>
b <> 0
 
a = 0 ==>
raiz(n) = b*raiz(m) ==>
(multiplicando ambos os membros por raiz(m) )
raiz(mn) = bm = elemento de F ==>
(usando o lema 2 em mn)
m_1, ..., m_(k-2), mn  são  k-1 inteiros maiores do que 1 e livres de quadrados tais que:
raiz(mn) pertence a F = Q(raiz(m_1), ..., raiz(m_(k-2))) ==>
contradição à minimalidade de k ==>
a <> 0
 
Logo, devemos ter ab <> 0.
Mas, nesse caso, (*) implica que:
raiz(m) = (n - a^2 - b^2m)/(2ab) = elemento de F ==>
contradição à minimalidade de k.
 
Em suma, não existe um tal k e o resultado está provado.
 
Que tal?
 
***
 
Sobre o outro problema, eu fiz o seguinte:
 
Se a = 1, o problem é trivial: todo n divide a^n - 1.
Se a > 1 e n é um composto tal que a^n == 1 (mod n),
então:
n divide a^n - 1 ==> a^n - 1 = n*k, para algum k inteiro
Além disso, como n é composto, a^n - 1 é composto e > n.
a^(a^n - 1) - 1 = a^(nk) - 1 = (a^n)^k - 1 = múltiplo de a^n - 1 ==>
a^(a^n - 1) == 1 (mod a^n - 1).
Logo, basta provar que, para cada a > 1, existe um composto n tal que:
a^n == 1 (mod n), pois este n gerará uma sequência infinita de compostos que satisfazem ao enunciado: n, a^n - 1, a^(a^n - 1) - 1, ...
 
[]s,
Claudio.
 
De: owner-obm-l@mat.puc-rio.br
Para: obm-l@mat.puc-rio.br
Cópia:
Data: Tue, 8 Aug 2006 20:03:57 -0300
Assunto: Re: [obm-l] Re:[obm-l] Re: Polinômio nos inteiros
Ok, Cláudio, o PROBLEMA 1 está ok, é bem curta a solução, legal.

Acho que no PROBLEMA 2, cometeste um engano, na parte:

"...
> Suponhamos que k >= 2.
> Nesse caso, o corolário 2 diz que Q(raiz(p_1), ..., raiz(p_k)) é uma extensão algébrica finita de Q de grau >= 4.
> Como Q tem característica 0, essa extensão é, de fato, simples. Ou seja, existe um real w tal que:
> Q(raiz(p_1), ..., raiz(p_k)) = Q(w).
> (veja qualquer bom livro de álgebra para uma demonstração disso)
>  
> Se raiz(p) pertence a Q(w), então vão existir racionais a e b tais que raiz(p) = a + b*w, com b <> (caso contrário, raiz(p) seria racional). Elevando ao quadrado:
> p = a^2 + 2abw + b^2w^2 ==>
> w é raiz de uma equação do 2o. grau com coeficientes em Q ==>
> [Q(w):Q] <= 2 ==>
> contradição ==>
> raiz(p) não pertence a Q(w) = Q(raiz(p_1), ..., raiz(p_k))
..."

De fato, como K = Q(raiz(p_1), ..., raiz(p_k)) é uma extensão finita do corpo Q, cuja característica é 0, a extensão é separável e finita, logo pelo teorema do elemento primitivo, existe um w tal que K = Q(w). Em seguida, tu supôs por absurdo, que raiz(p) pertence a K e conclui que ele é da forma a+bw. Depois concluiu que w satisfaz um polinômio em Q(x) de grau 2, o que seria um absurdo. Só que se raiz(p) pertence a K então ele é da forma a+bw+...+zw^{q-1} onde q é a dimensão da extensão K/Q, que tu já demonstrou ser pelo menos 4.

Segue um outro problema.

PROBLEMA 3. Dado a>0, mostrar que existem infinitos n compostos tais que a^(n-1) == 1 (mod n).

Duda