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[obm-l] PARADOXO PERPÉTUO!
"O que aparece primeiro, a teoria ou a observação?" - é uma pergunta perpétua,
tipo galinha-e-ovo. Não precisamos tentar "resolvê-la". Pode-se afirmar que,
sem alguma noção do que se procura ver, a observação é bastante inútil: existe
um número infinito de fatos que se pode observar! E podemos dizer que, sem
algumas observações, a teorização também é bastante inútil: pode-se construir
um número infinito de teorias! Desejamos que a observação e a teoria sigam
juntas, mas sua precedência original ou protocolo não tem nenhum interesse. A
observação sugere que os fenômenos exigem explicação; a teoria a oferece;
utiliza-se então a observação para testar a teoria e inicia-se o ciclo seguinte
de problemas. Quando dizemos "teoria", queremos referir a: um conjunto de
suposições acerca do comportamento, uma análise lógica, um conjunto de
conclusões ou "previsões". O papel da análise matemática situa-se no segundo
estágio: "se fazemos tal suposição, o que se segue?" Fazemos isso através do
raciocínio verbal comum, ou, no primeiro ano de Economia, com a ajuda da
geometria euclidiana. Mas o raciocínio comum é lógica verbal e a geometria
euclidiana é lógica bidimensional. "Matemática" é um título genérico para
qualquer tipo de argumentação lógica realizada com a ajuda de símbolos. Podemos
encarar o raciocínio verbal comum como um ramo da matemática, ou podemos encarar
a matemática como o desenvolvimento do raciocínio comum para os casos em que os
métodos verbais são complicados e ineficientes. Mas nada disso importa muito. O
que interessa é que temos de dar o segundo passo, para descobrir as implicações
lógicas de nossas suposições e para isso precisamos do instrumental lógico. A
seleção do instrumental, em cada caso, é um problema de conveniência e de
habilidade técnica. Quanto maior for nosso domínio do instrumental, mais
complicadas e potencialmente férteis são as teorias que utilizamos." Se a
teoria for simples, a análise verbal pode ser suficiente, mas se ela for
complexa, quase sempre será necessário utilizar-se a análise matemática, e a
tentativa de se basear apenas no raciocínio verbal nos deixará num estado de
incerteza quanto à implicação lógica, pela teoria utilizada, de uma determinada
previsão. Vemos assim que o economista matemático e o verbal não estão separados
por seus objetivos ou por sua filosofia de ciência social, mas apenas pelo
instrumental utilizado para dar um passo comum a ambos: a descoberta de todas
as implicações de um determinado conjunto de hipóteses.
A propósito, por que 0!=1? Afinal, qual o prejuízo em se definir 0! como 0 e não
1?
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