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[obm-l] Palestras Ciência as Seis e Meia.
Caros amigos cariocas da lista,
Continua o ciclo de Palestras Ciência as Seis e Meia,
realizado pela SBPC/RJ sempre às 18h e 30min.
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"Brasil: sociedade da informação para quem?"
Palestrante: José Maria Jardim (UFF)
Data: 12 de maio de 2004 (quarta-feira)
(ver resumo a seguir)
"Simulações Computacionais de Sistemas Complexos."
Palestrante: Paulo Murilo C. de Oliveira (Física/UFF)
Data: 19 de maio de 2004 (quarta-feira)
(ver resumo a seguir)
Local: Espaco Cultural Finep
Praia do Flamengo, 200 - Pilotis. Rio de Janeiro
Entrada Franca
Para conferir toda a programacao:
http://www.finep.gov.br/espaco_cultural/ciencia_seis_meia.asp
Resumos das palestras:
"Brasil: sociedade da informação para quem ?"
Palestrante: José Maria Jardim (UFF)
"Nos ultimos anos os avancos das tecnologias da informacao
possibilitaram
formas ineditas de comunicacao entre os individuos. A internet eh o
cenario
virtual de uma realidade cada vez mais presente em nosso cotidiano, algo
que
muitos chamam de sociedade da informacao. A informacao esta no centro da
vida
economica, politica, cultural e social. Nao da mesma forma e nem em todos
os
lugares. Muitos paises -inclusive o Brasil - estariam na periferia da
atual
ordem internacional da informcao. Poucos paises poderiam ser
classificados
como sociedades do conhecimento. Com tantas possibilidades oferecidas
pela
profusao de tecnologias da informacao, as sociedades do conhecimento
deveriam
assegurar o direito humano a liberdade de expressao, a diversidade
cultural,
acesso universal a educação e a informacao.
O tema faz parte da agenda politica de governos, partidos, organizacoes
governamentais e tambem ocupa importantes estudos no campo da ciencia e
tecnologia. A importancia do impacto da informacao na vida das pessoas
levou
a ONU a organizar a Cupula Mundial sobre a Sociedade da Informacao,
realizada
em duas etapas: a primeira, em dezembro de 2003, em Genebra; e a segunda
a ser
realizada na Tunísia, em novembro de 2005. O governo brasileiro conta com
um
Programa Brasileiro de Sociedade da Informacao. Quais as politicas
publicas de
informacao a favor do cidadao no Brasil? Num pais marcado pelas
desigualdades,
inclusao digital eh o mesmo que inclusao informacional? Quais as
perspectivas
da sociedade brasileira face aos desafios e possibilidades das sociedades
do
conhecimento?"
"Simulacoes Computacionais de Sistemas Complexos."
Paulo Murilo C. de Oliveira (Física/UFF)
“Sistemas Complexos sao formados por muitas unidades que se influenciam umas
as outras de forma conflitiva. Cada unidade, em cada instante, tenta minimizar
o seu conflito local, se posicionando de forma a atender ao maximo as
influencias que recebe naquele instante. O
(re)posicionamento de cada unidade modifica a influencia desta sobre as
demais, que em consequencia tambem se (re)posicionam, e assim por diante. O
resultado eh que o sistema como um todo evolui eternamente no tempo, de forma
lenta, e jamais chega a uma situacao final de equiliíbrio. O exemplo maior eh
a evolucao biologica das especies. O proprio termo 'evolucao' denota esta
caracteristica de eternidade, de modificacoes sucessivas sem um objetivo
final, sem seguir nenhum plano previamente estabelecido.
O estudo matematico de um tal sistema eh dificil, porque nao funciona a
tradicional estrategia de dividi-lo em pedacos, estudar o comportamento de
cada pedaco separadamente, e depois integra-los: como cada unidade acaba sendo
indiretamente influenciada por todas as outras, mesmo as mais distantes
(correlacao de longo alcance), o sistema eh altamente nao-linear: o todo eh
muito diferente da soma das partes. Tambem nao funcionam tentativas de dividir
o tempo em pequenos intervalos estanques, porque minúsculas contingencias
ocorridas num passado remoto podem deixar sequelas eternas (memoria de longo
prazo): os tempos envolvidos sao enormes.
Devido a estas dificuldades, a unica forma de estudar estes sistemas, na
pratica, eh simular sua evolucao em computador, onde seculos podem ser
acompanhados em segundos. Para isto, drasticas simplificacoes sao necessarias,
substituindo-se complicados sistemas reais por modelos simplistas. Felizmente,
as correlacoes de longo alcance tornam irrelevantes os detalhes microscopicos
do sistema real, bem como a memoria de longo prazo permite que se ignore como,
precisamente, a atual situacao depende da realidade imediatamente anterior.
Desta forma, modelos classificados (pelos biologos, em geral enfurecidos) como
reducionistas podem descrever perfeitamente o comportamento real de sistemas
complicados."
Abraços, Nelly.