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[obm-l] RE: [obm-l] Cobrança X Criatividade
Ola Pessoal,
O que o Ronaldo falou vem de encontro e confirma uma antiga observacao do
Einstein. Este notavel
Fisico dizia que a imensa maioria dos trabalhos academicos ( teses de
doutorado e trabalhos pos-doutorado ) , em virtude das pressoes e cobrancas
que os cercam, nao passam de meras analises superficiais ... Completava
dizendo que a pessoa precisava ter um espirito muito forte para nao sucumbir
a tentacao de apresentar tais analises. E interessante notar aqui duas
coisas :
1) O proprio Einsten - que nunca foi um aluno brilhante e muito menos
precoce - nao foi aceito
em suas tentativas iniciais de conseguir uma vaga de Prof e produziu a
Teoria da Relatividade
trabalhando numa reparticao de registro de patentes, em Berna, como um
funcionario burocrata. Talvez este lugar, por humilde que fosse, tenha dado
a ele a tranquilidade necessaria para ele pensar livremente, sem pressoes e
cobrancas, desabrochando ai toda a sua verdadeira criatividade e belissima
inteligencia que ele demonstrou ter.
2) O exemplo do Einsten poderia ser enriquecido com exemplos mais antigos (
como Newton ou
Galois ) e outros, mais recentes.
3) Por outro lado, lendo a hiastoria de qualquer Ciencia e da Matematica em
particular, parece que em cada seculo surgem, de fato, se muito, uma duzia
ou poucas dezenas de ideias e desenvolvimentos realmente interessantes e
promissores, que impulsionam a Ciencia e sao realmente produtivos e geniais.
Ora, considerando que todo ano sao defendidas, em todo o mundo, milhares de
teses que, apriori, sao trabalhos originais, conclui-se inevitavelmente que
a observacao do Einstein e realmente correta ...
4) Um medico, em ultima analise, cura doencas; um engenheiro produz
artefatos e um contador
avalia o patrimonio das organizacoes; um professor dá aulas. O que faz um
pesquisador ? Pesquisa.
Ora, parece que a sociedade capitalista e burguesa ainda nao aprendeu
devidamente a receber e acomodar este profissional, exigindo dele e
avaliando-o segundo oticas improprias, tal como
demonstra a Historia da Ciencia e muitos outros trabalhos academicos. Existe
pois um certo
"conflito cultural" entre a alma propria de um pesquisador de ponta e a
figura prosaica, burguesa, do
profissional mediano e bem aclimatado ao seu meio.
5) Um prova inequivoca da observacao acima sao as manchetes da midia, muito
comuns de se
ver, tais como "O matematico Fulano de Tal prever que o clube ...", "O
Grande Matematico Fulano
de tal e capaz de fazer calculos muito dificeis ... ". Vemos isso com
facilidade e quando vamos ver os
"Grandes Matematicos da Midia (GMM)" vemos que podem ser tudo, menos
matematicos, tal como
entendemos aquele profissional que faz a sua ciencia progredir, trazendo
novos fatos e teoria
para honra e gloria do espírito humano ( leibniz). Ora, a midia, faz a
cabeca do povo, que nao
pensa e nao reflete.
Um Abraco a todos
Paulo Santa Rita
2,0946,090204
Um Abraco a Todos
Paulo Santa Rita
2,0942,090204
>From: ronaldogandhi@ig.com.br
>Reply-To: obm-l@mat.puc-rio.br
>To: obm-l@mat.puc-rio.br
>Subject: [obm-l] Cobrança X Criatividade
>Date: Sun, 8 Feb 2004 23:14:54 -0200
>
> >> Mesmo os maiores experts em Analise Complexa, Teoria
> >> dos Numeros, Integral
> >> de Lebesgue, etc tem que se preocupar em fazer valer
> >> a prosaica desigualdae
> >> Orcamento >= Despesas, o que pode ser mais dificil
> >> do que provar a hipotese
> >> de Riemann.
>
> Sem dúvida isso ocorre por causa da cobrança que
>existe em cima de matemáticos por publicações além
>daquela que você citou:
>quanto mais se sobe na carreira maior o estresse.
>Pressão essa que às vezes chega a ser tão grande que
>a pessoa não consegue nem ter a calma de pensar direito
>nos problemas e entra em desespero.
> Não tenho mais meus 15 anos onde as
>disciplinas que estudava eram elementares e tempo
>era tão farto que chegava a estudar livros de análise para
>preenchê-lo. A realidade mudou e irá mudar ainda.
> Pessoas brilhantes após concluírem o doutorado geralmente
>constituem família, entram em universidades como professores
>e começam a orientar alunos: atividades que consomem
>tempo e não dão vazão à criatividade.
> O máximo que alguém pode fazer é fazer o melhor que pode
>com os recursos que tem. Não dá para abraçar a matemática toda
>pois ela é muito extensa e o tempo de nossas vidas é limitado
>a 120 anos. Talvez no futuro esse tempo seja extendido,
>mas mesmo assim devemos fazer nossas escolhas. E escolher
>é perder...
>
>[]s a todos
> Ronaldo L. Alonso
>
>
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