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[obm-l] S�ries - era Res: [obm-l]Constru��o de Transcendente?



A  s�rie da mensagem anterior vem da rela��o trigonom�trica elementar abaixo:

cot(x) = cot(x/2)/2 �tan(x/2)/2

A partir da rela��o original, podemos facilmente  seguir adiante:

cot(x) = cot(x/4)/4 �tan(x/4)/4 �tan(x/2)/2  = cot(x/8)/8 -tan(x/8)/8 �tan(x/4)/4 �tan(x/2)/2  =
          = cot(x/2^n)/2^n -tan(x/2^n)/2^n ... -tan(x/8)/8 �tan(x/4)/4 �tan(x/2)/2

Agora vamos observar o termo cot(x/2^n)*1/2^n. � claro que, n�o importando qual seja  x, podemos fazer n->oo de forma que o termo x/2^n tenda a zero. E ent�o podemos licenciosamente aproximar cot(Y) por 1/Y:

lim {n->oo}  cot(x/2^n)*1/2^n = lim {n->oo}  (2^n/x)*1/2^n = 1/x

Assim:

cot(x) = 1/x -tan(x/2)/2 �tan(x/4)/4 �tan(x/8)/8�tan(x/16)/16...

==>S1:
1/x = cot(x) + tan(x/2)/2 + tan(x/4)/4 + tan(x/8)/8 + tan(x/16)/16 + tan(x/32)/32...

Derivando ou integrando S1 em rela��o a x podemos obter outras coisas interessantes. Por exemplo:

==>S2:
1/x^2 = 1/sin(x)^2 � 1/cos(x/2)^2/4 � 1/cos(x/4)^2/16 � 1/cos(x/8)^2/64...

A s�rie a que eu me referi na mensagem anterior sobre transcend�ncia � obtida fazendo x=Pi/2  em S2.
Tamb�m, � claro, estas s�ries t�m suas irm�s hiperb�licas, obtidas da mesma forma.

Integrando S1 e extraindo o logaritmo tamb�m sai uns produt�rios interessantes. Exemplo:

==>P1
x = sin(x) / (cos(x/2)* cos(x/4)* cos(x/8)* cos(x/16)* cos(x/32)*...)

...e a vers�o hiperb�lica:
==>P1h:
x = sinh(x) / (cosh(x/2)* cosh(x/4)* cosh(x/8)* cosh(x/16)* cosh(x/32)*...)

E igualando P1=P1h

sin(x)/sinh(x) = (cos(x/2)* cos(x/4)* cos(x/8)* cos(x/16)*...) / (cosh(x/2)* cosh(x/4)* cosh(x/8)* cosh(x/16)*...)

Ou, tomando P1h e fazendo x = Pi/2, obtemos algo parecido com uma vers�o hiperb�lica do produto de Vieta:

Pi/2= sinh(Pi/2)  /  (cosh(Pi/4)* cosh(Pi/8)* cosh(Pi/16)* cosh(Pi/32)* cosh(Pi/64)*...)

[]�s Dem�trio


----- Mensagem encaminhada ----
De: Demetrio Freitas <demetrio_freitas_2002_10@yahoo.com.br>
Para: obm-l@mat.puc-rio.br
Enviadas: Quarta-feira, 27 de Setembro de 2006 22:59:15
Assunto: Res: [obm-l]Constru��o de Transcendente?

Bem, o passo seguinte seria, naturalmente, definir S:

S=limite {m->oo} SOMA(i=1..m) { (1/2^i)*1/r[i] } =
SOMA(i=1..oo) { (1/2^i)*1/r[i] }  





A minha id�ia original seria, com os passos (1) e (2)
adequadamente demonstrados, observar o grau alg�brico de Sm, quando m->oo.





Como o grau alg�brico de Sm cresceria sempre com m,
poder�amos inferir que o grau alg�brico de S n�o est� definido. E portanto,
isso deve levar a concluir que S � transcendente.





Por�m, este racioc�nio � forte o suficiente para ser
considerado uma prova de que S � transcendente?





Sem d�vida seria melhor uma prova mais robusta. Mas talvez
isso n�o seja muito f�cil. Parece que as provas de transcend�ncia de Pi s�o
bastante complicadas afinal.





A reflex�o destas mensagens surgiu da observa��o da
s�rie  abaixo:


1/Pi^2 = 1/8  -  1/16/(2+(2)^.5) -1/64/(2+(2+(2)^.5)^.5) -
1/256/(2+(2+(2+(2)^.5)^.5)^.5)


- 1/1024/(2+(2+(2+(2+(2)^.5)^.5)^.5)^.5)
-1/4096/(2+(2+(2+(2+(2+(2)^.5)^.5)^.5)^.5)^.5)-...        





De qualquer maneira,
acho que vale a pena postar de onde vem esta s�rie, pela simplicidade
com que ela pode ser obtida. Continuo daqui a pouco...



Dem�trio



----- Mensagem original ----
De: Demetrio Freitas <demetrio_freitas_2002_10@yahoo.com.br>
Para: lista obm-l <obm-l@mat.puc-rio.br>
Enviadas: Segunda-feira, 25 de Setembro de 2006 10:43:48
Assunto: [obm-l]Constru��o de Transcendente?

Ol�,
Eu estava observando uma certa s�rie h� alguns dias, quando me ocorreu uma id�ia que pareceu bem interessante e que gostaria de discutir com a lista (apesar de  tratar-se de um assunto onde eu tenho muito pouca base...).

� o seguinte:
(Passo 1) - O primeiro objeto de interesse a considerar � a raiz de maior m�dulo dos polin�mios obtidos pela seguinte constru��o:
Seja Pa(x) = x-k  (k primo positivo)
Seja Pb(x) = x^2 � k
P[1]=Pb(Pa)
P[n]=Pb(P[n-1])
Isto �, P[n] � o polin�mio obtido pela composi��o iterativa de Pb(Pa), e depois Pb sucessivamente.

Para clarear, um exemplo:
Pa(x)=x-2
Pb(x)=x^2-2
P[1]=(Pa)^2 � 2=(x-2)^2 - 2=x^2-4x+2
P[2]=(P1)^2 - 2=x^4-8x^3+20x^2-16x+2
P[3]=(P2)^2 - 2=x^8-16x^7+104x^6-352x^5+660x^4-672x^3+336x^2-64x+2
...
P[n]=(P[n-1])^2 - 2

As maiores ra�zes (r[n]) destes P[n]s s�o:
P[1] ->  r[1]=2+2^.5
P[2] ->  r[2]=2+(2+(2)^.5)^.5
P[3] ->  r[3]=2+(2+(2+(2)^.5)^.5)^.5
Isto �, os r[n]  s�o sqrts aninhadas, na forma r[1] = k + sqrt(k); rn = k + sqrt(r[n-1]).

(Passo 2)- O passo seguinte � mostrar que o grau alg�brico de r[n] cresce com  2^n. Isto �, no exemplo anterior, r[2] � alg�brico de grau 4, r[3] � alg�brico de grau 8, etc. Ou, na verdade, bastaria mostrar que o grau alg�brico de r[n] cresce SEMPRE com n. Isso parece razo�vel, porque r[n] possui n sqrts aninhadas.
Por�m,  lembrando que o grau de P[n] cresce com 2^n, parece mais adequado mostrar que P[n] � sempre irredut�vel. A� eu me embaralhei um pouco. O que eu tentei foi o seguinte:
1=>P[1] � irredut�vel pelo crit�rio de Eisenstein
2=>O coeficiente do termo de maior grau em P[n] � sempre 1
3=>O termo a0, segue a sequ�ncia abaixo:
P[1]=>k^2-k;  P[2]=>(k^2-k)^2-k;  P[3]= ((k^2-k)^2-k)^2-k;
que claramente � divis�vel por k, mas n�o por k^2
4=>os demais coeficientes s�o combina��es lineares de pot�ncias de n�meros que s�o divis�veis por k, j� que os coeficientes de  P1 s�o divis�veis por k.
5=> Por (1,2,3,4),  P[n] deve atender o crit�rio de Eisenstein.

(Passo 3)- O terceiro passo � definir um n�mero constru�do pela soma Sm abaixo, e mostrar que Sm  � tamb�m de grau alg�brico >= ao grau alg�brico de r[m].

Sm=SOMA(i=1..m) {  (1/2^i) * 1/r[i] }

A raz�o para esta forma da express�o de Sm eu explico mais tarde.

O argumento para justificar grau alg�brico Sm >= grau alg�brico r[m] � o seguinte:
Salvo engano, r[n]  (e tamb�m qq pot�ncia inteira positiva de r[n]) n�o pode ser obtido por combina��es lineares de pot�ncias inteiras de r[i],i<n,  pois a express�o de r[n] usa sqrt de r[n-1] :
1=> r[n] = k + sqrt(r[n-1])
2=>sqrt(r[n-1]) n�o pode ser comb. linear de pot�ncias inteiras positivas de r[n-1]
3=>ent�o: r[n] n�o pode ser comb. linear de pot�ncias inteiras positivas de r[n-1]; e pelas mesmas raz�es, de qq r[i],i<n.
4=> com r[m] linearmente independente dos r[i],i<m., o grau alg�brico de Sm n�o pode ser inferior ao grau alg�brico de r[m]

Por fim, vai come�ar a quest�o realmente interessante que eu quero discutir com a lista. Mas esta vale mais a pena propor com os passos (2) e (3) adequadamente superados. Como eu comentei no in�cio, me falta base no assunto e eu considero as minhas justificativas at� agora meio fracas, de forma que gostaria de opini�es/sugest�es da lista. Agrade�o qualquer coment�rio.

[]�s Dem�trio


        
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