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[obm-l] Re: Relatividade



Obrigado pelos esclarecimentos! 

Estive conversando com meu professor de Circuitos El�tricos (Prof. Mesquita) 
e ele estava me falando de coisas bem interessantes em rela��o � �rea de 
pesquisa sobre a velocidade da luz. Ele disse que ao assumirmos que a 
velocidade da luz vem variando ao longo do tempo e que, ainda hoje, pode ser 
suplantada chegamos a v�rios resultados "bem mais consistentes" com a 
pr�tica. 

Wallace Martins
LPS/COPPE/UFRJ 

Paulo Santa Rita writes: 

> Ola Wallace, 
> 
> "Propor" um problema e MUITO MAIS DIFICIL e MUITO MAIS IMPORTANTE que 
> resolver um problema ... Isso pode soar paradoxal, pois, a priori, quem 
> resolve um problema parece ter
> mais habilidades e mais conhecimentos que aquele que tao somente o propos. 
> Mas nas esferas
> mais altas das ciencias, existem basicamente um tipo de problema : os 
> ditos "em aberto", em
> torno dos quais gravitam boa parte das pesquisas de ponta. 
> 
> Um problema "em aberto" e basicamente um "problema mal formulado"... isto 
> e, nos nao sabemos
> ainda fazer as perguntas certas, implicando aparentes inconsistencias com 
> o saber tradicional. Em
> geral, quando a solucao surge, ela e fruto de uma colocacao original, 
> fruto de uma pergunta "idiota"
> no contexto da qual a verdadeira formulacao do problema aquire sentido e a 
> sua solucao e bem
> vislumbrada e bem encaminhada. 
> 
> Como exemplo podemos citar a equacao geral do 5 grau. Depois do sucesso em 
> resolver a do
> 3 e do 4 grau, era "natural" que se procurasse a "formula" da equacao do 5 
> grau. O "problema"
> era basicamente esse : encontra uma expressao para as raizes em funcao dos 
> coeficientes da
> equacao. Hoje sabemos que esse "problema" so adquire uma resposta 
> satisfatoria na Teoria dos
> Grupos e que tal teoria jamais surge da postura ingenua ditada pelos 
> sucessos com as equacoes
> do 3 e do 4 grau. As perguntas precisam ser outras ... 
> 
> Fato semelhante ocorreu com as Geometrias nao-euclidianas. O "problema" 
> era basicamente
> esse : Prove que o 5 postulado de euclides e um teorema ou estabeleca em 
> definitivo que
> ele e um axioma. Hoje nos sabemos que esta linha de investigacao e 
> anacronica, que os
> desenvolvimentos frutiferos que dariam uma resposta satisfatoria a esta 
> questao iriam surgir
> de uma postura e formulacoes que nao guardavam relacoes diretas ou 
> tangiveis com as
> formulacoes originais. 
> 
> E poderiamos citar muitos outros exemplos mais modernos. A conviccao que 
> fica e que, se
> um problema esta "em aberto" e porque ele esta "mal formulado", e porque 
> estamos fazendo
> as perguntas erradas e tal como Sisifo, enveredando por um caminho sem fim 
> e sem
> perspectivas. 
> 
> Em Matematica, a unica autoridade e a DEMONSTRACAO. Na Fisica, a 
> EXPERIENCIA. Diante
> dos fatos, nao pode haver argumento teorico contrario admissivel... Se um 
> cientista faz um
> experimento reprodutivel por qualquer outro cientista, estamos diante de 
> um fato. Um fato !
> Nao cabe-nos contesta-lo, cabe-nos compreende-lo. Se a nossa "teoria", 
> seja ela qual for,
> for incompativel com ele, a  teoria esta errada, incompleta. O fato, nao : 
> e um fato e ponto
> final ! 
> 
> Entao, o que nos resta diante de um fato e tao somente aprender a fazer as 
> perguntas
> corretas ... Voce ja viu ou detectou um PRINCIPIO DA CAUSALIDADE ? Colocou 
> ele dentro
> de um tudo de ensaio e fez experiencias com ele ? Nao, certo ? Portanto, 
> tudo que temos aqui
> e uma fe, uma fe que, como toda fe ... pode ser malsa ... 
> 
> Note que o verdadeiro principio de causalidade que esta sendo derrogado e 
> o PRINCIPIO DA
> ANTECEDENCIA DAS CAUSAS, vale dizer, que toda causa deve anteceder, no 
> tempo, os
> seus efeitos. Mas o nexo causal se mantem, nao obstante "estar invertido" 
> : a bomba explode
> antes de nos apertarmos o detonador ! Mas ... Mas ... NOS PRECISAREMOS, 
> AINDA, APERTAR
> O DETONADOR ... 
> 
> Quero dizer que se voce "ler nas entrelinhas", o que se chama QUEBRA DO 
> PRINCIPIO DA
> CAUSALIDADE  e apenas um suave e sutil PRINCIPIO DE NECESSIDADE ... Sim 
> ... Pois se
> o nexo causal nao se mantiver, o paradoxa desaparece, isto e, so ha 
> "aparente" absurdo
> porque "nos apertamos o detonador". Se a bomba explodisse e pouco depois 
> ninguem
> apertasse nenhum detonador, nada de anormal teria ocorrido : tao somente 
> uma bomba
> teria explodido e poderiamos remeter a ocorrencia a uma causa anterior 
> qualquer e voltar
> ao tradicional principio da causalidade : so ha paradoxo porque o nexo 
> causal se mantem, vale
> dizer, a bomba explode antes de eu apertar o detonador, mas ( e aqui ha um 
> mais bem grande
> que a maioria ainda nao viu ) eu NECESSITO apertar o detonador ... 
> 
> Na natureza existem muitas necessidades ... 
> 
> De maneira geral isso e claro no mundo organico, dos sistemas vivos. Um 
> objeto qualquer,
> identificavel e dotado de forma, fazendo parte de um contexto maior tambem 
> identificavel,
> cumpre um funcao ou executada movimentos somente plenamente 
> compreenssiveis se
> atentarmos para as funcoes maiores do contexto no qual ele se acha 
> inserido, vale dizer,
> alguams de suas propriedades sao irredutiveis ou incompreenssiveis se 
> procurarmos "principios" ou "axiomas" fundamentais que as expliquem, pois 
> o todo tem propriedades globais
> irredutiveis a mera contemplacao das partes que os compoe. 
> 
> Qualquer orgao do corpo humano e assim. Sua forma e seus movimentos so se 
> tornam
> plenamente compreenssiveis se entendemos a sua funcao ou papel que ele 
> desempenha
> em relacao ao todo, isto e, e impossivel compreende-lo "axiomaticamente". 
> 
> E isto e apenas um preambulo ... Nos atuais estudos da Genetica, muito 
> mais dificil e importante
> que saber a composicao de cada gene ( projeto genoma ) e o estudo que 
> agora se inicia de
> identificar a "funcao" ou "papel" de cada gene no contexto de um ser vivo 
> qualquer. O gene
> e assim, um objeto natural e inorganico ( uma composicao de bases 
> organicas ) que desemp�nha
> uma "papel" ou "funcao" util e necessaria "num contexto maior onde ele se 
> acha imerso". 
> 
> Talvez estas digressoes tornem mais "aceitavel" e "digerivel" o FATO 
> FISICO aparentemente
> tao paradoxal, pois implica na quebra do PRINCIPIO DA CAUSALIDADE, isto e, 
> numa "suave"
> e "sutil" alusao a um eventual "PRINCIPIO DE NECESSIDADE". O que se 
> afigura tao alienigena
> no dominio Fisico, conforme vimos, e rotineiro e banal em outros 
> contextos. 
> 
> As coisas em si nao sao problematicas. Nos, seres humanos, somos 
> problematicos. Talvez seja
> por isso que ao perguntarem ao Edipo como ele havia conseguido responder a 
> pergunta do
> Monstro, ele respondeu : 
> 
> -- Qualquer que fosse o problema proposto, eu daria como solucao : O homem 
> ! 
> 
> Um Abraco
> Paulo Santa Rita
> 2,1757,260404 
> 
>> From: "Wallace Martins" <wallace@poli.ufrj.br>
>> Reply-To: obm-l@mat.puc-rio.br
>> To: obm-l@mat.puc-rio.br
>> Subject: [obm-l] Re: Relatividade
>> Date: Mon, 26 Apr 2004 16:33:18 GMT
>> Wallace Martins writes: 
>> 
>>> 
>>> Ol� pessoal, 
>>> 
>>>      fiquei sabendo (n�o sei se muito tarde - atrav�s do GLOBO CI�NCIA)
>>> que os F�sicos j� conseguiram "fazer experi�ncias com ondas" que 
>>> caminham numa velocidade
>>> MAIOR do que a velocidade da LUZ (c). Isto, � claro, vai de encontro com 
>>> a
>>> teoria da Relatividade (chega-se a v�rios absurdos). 
>>> 
>>>       A reportagem que li fala de um professor da UNICAMP que est�
>>> envolvido com tais estudos. O pessoal j� est� falando em reformular a
>>> teoria da Relatividade. 
>>> 
>>>      Queria saber se os senhores t�m alguma informa��o; esclarecimentos
>>> tamb�m s�o v�lidos. 
>>> 
>>>       Um abra�o, 
>>> 
>>>  
>>> 
>>>                               Wallace Martins
>>>               Estudante de Engenharia Eletr�nica e de Computa��o/UFRJ 
>>> ======================================================================== 
>>> =
>>> Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
>>> http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
>>> ======================================================================== 
>>> =
>>  
>> 
>> Segue-se a reportagem: 
>> 
>> Isso � F�sica - Ondas X 
>> 
>> Velocidade da luz, ultrapassada? 
>> 
>> O fato ocorreu num experimento realizado pelos cientistas Peeter Saari e 
>> Kaido Reivelt, do Instituto de F�sica de Tartu, na Est�nia. Trabalhando 
>> num dos mais sofisticados laborat�rios de �ptica do mundo, eles 
>> produziram uma emiss�o luminosa que viajou no espa�o com velocidade 
>> 0,002% maior do que a da luz. Esses sinais, j� batizados com o nome de 
>> "ondas X" ou "ondas superluminais", podem provocar uma revolu��o nas 
>> telecomunica��es e colocam em xeque um dos mais importantes modelos 
>> cient�ficos deste s�culo, a teoria da relatividade. 
>> 
>> Al�m de transportar informa��es numa velocidade maior do que a da luz, a 
>> principal vantagem tecnol�gica da onda superluminal � que ela 
>> praticamente n�o se abre. Seu conte�do energ�tico fica concentrado num 
>> volume restrito durante toda a propaga��o. "Isso faz com que as 
>> informa��es cheguem ao receptor quase sem distor��es. A grande novidade 
>> do experimento de Saari e Reivelt � que, nele, a onda superluminal 
>> propaga-se livremente no espa�o. Porque, em condi��es especiais de 
>> confinamento, sinais mais r�pidos do que a luz j� haviam sido criados em 
>> laborat�rio. O primeiro deles foi conseguido em 1992 pelo f�sico alem�o 
>> G�nter Nimtz, diretor do Instituto de F�sica da Universidade de Col�nia. 
>> Como Aquiles, o her�i da mitologia grega, essa superteoria tem, por�m, o 
>> seu ponto vulner�vel. 
>> 
>> E o "calcanhar de Aquiles" da relatividade � sua incompatibilidade com a 
>> exist�ncia de sinais mais r�pidos do que a luz. "Quando se tenta juntar 
>> uma coisa e outra, chega-se a situa��es paradoxais, que violam gravemente 
>> um dos mais importantes pressupostos da ci�ncia, o princ�pio da 
>> causalidade", diz o f�sico e historiador da ci�ncia Roberto Martins, 
>> professor de teoria da relatividade da Unicamp-SP. 
>> 
>> Para ter id�ia do que isso significa, imagine o seu avi�o voando entre 
>> duas torres distantes. Ao sobrevoar o meio do caminho, voc� v� as luzes 
>> das duas torres piscarem. Um observador parado no ch�o, bem em baixo do 
>> seu aparelho, dir� que as piscadas foram simult�neas. E com raz�o, pois 
>> os sinais luminosos chegam a ele no mesmo instante, ap�s percorrerem 
>> dist�ncias iguais. Para voc�, que est� em movimento, por�m, a dist�ncia 
>> entre as duas torres s� se torna igual neste exato momento. Uma fra��o de 
>> segundo antes, quando as luzes se acenderam, a torre � sua frente estava 
>> um pouco mais longe do que aquela que ficou para tr�s. Logo, se os sinais 
>> luminosos chegaram juntos, foi porque a torre � sua frente piscou 
>> primeiro. 
>> 
>> Os dois racioc�nios s�o rigorosamente verdadeiros cada qual no seu 
>> sistema de refer�ncia. A contradi��o entre os resultados pode ser 
>> perfeitamente explicada pela teoria especial da relatividade. At� aqui, 
>> nada a ver com fen�menos superluminais. Para introduzi-los na hist�ria, 
>> imagine agora que as duas piscadas n�o s�o eventos independentes, mas 
>> expressam uma rela��o de causa e efeito: a torre de tr�s pisca no 
>> instante em que envia um sinal S, mais r�pido do que a luz, para a torre 
>> da frente e esta pisca ao receb�-lo. Como n�o h� limite para a velocidade 
>> do sinal, ele pode ser t�o r�pido que o intervalo de tempo entre as 
>> piscadas fique menor do que qualquer grandeza mensur�vel. 
>> 
>> O observador parado no ch�o poder�, ent�o, identificar os eventos como 
>> simult�neos. Aplicando a teoria da relatividade, por�m, voc� continua 
>> deduzindo que a torre da frente piscou antes. Ou seja: no seu 
>> referencial, o efeito (a recep��o do sinal) precede a causa (sua 
>> emiss�o). "Isso constitui aquilo que os f�sicos chamam de anomalia causal 
>> do primeiro tipo", informa Roberto Martins. "Para quem est� no avi�o, a 
>> torre da frente pisca sem motivo aparente e s� depois o operador da torre 
>> de tr�s aperta o bot�o que emite o sinal superluminal. 
>> 
>> Ele j� n�o � mais livre para apertar o bot�o a qualquer momento. Tudo se 
>> passa como se o seu gesto fosse comandado por um sinal superluminal S', 
>> de sentido contr�rio, que sa�sse da torre da frente no instante em que 
>> ela pisca." Com o intuito de facilitar a apresenta��o do problema, 
>> fizemos o avi�o sobrevoar o ponto m�dio no instante preciso em que as 
>> emiss�es luminosas chegavam at� ele. A conclus�o de que a torre da frente 
>> pisca primeiro independe, por�m, desse fato. 
>> 
>> Ela decorre t�o somente do sentido do movimento do aparelho. Suponha, 
>> ent�o, que seu avi�o esteja t�o pr�ximo da torre da frente que a luz 
>> emitida por ela chegue at� voc� antes do suposto sinal S' atingir a torre 
>> de tr�s. E que, ao receber essa emiss�o, voc� envie imediatamente um 
>> segundo sinal superluminal, S", ainda mais r�pido do que S', para a 
>> referida torre. Ele poderia atingi-la antes de o operador apertar o 
>> bot�o. 
>> 
>> Exercite um pouco mais sua fantasia e imagine que exista uma bomba 
>> instalada no local. O sinal S" poderia deton�-la, destruindo a 
>> aparelhagem e impedindo, para sempre, que o operador apertasse o bot�o 
>> que deu in�cio a todo o processo. A incr�vel onda X: o sinal mais r�pido 
>> que a luz. O amanh� j� aconteceu. Foi emitida no ara superluz que desafia 
>> a teoria da relatividade. 
>> 
>> (Copyright 1999 � Editora Globo S.A.) Por Jos� Tadeu Arantes 
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